O ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho, foi um dos convocados para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras.
O motivo é para explicar sua participação na 18k Ronaldinho, um suposto esquema de pirâmide que prometia 400% de lucro ao mês sobre investimentos em criptomoedas, não cumpriu a promessa e deixou um rastro de prejuízo.
Só uma única ação coletiva na qual o jogador é réu — movida em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) — tem valor de causa de R$ 300 milhões. O Ibedec foi contatado, mas não quis comentar, pois o caso corre em segredo de Justiça. A defesa do ex-atleta não foi encontrada.
400% de lucro
A 18k Ronaldinho, que se orgulhava de ter “ninguém menos que Ronaldinho Gaúcho” como embaixador, como afirma em sua página no Linkedin, foi fundada em 2018 em São Paulo. Nas redes sociais, o ex-jogador aparece em vários vídeos recomendando o projeto.
“Eu não associo meu nome a coisa ruim. É um orgulho fazer parte de tudo isso, ter o meu nome em algo que me deixa muito orgulhoso, poder dizer que sou parte dessa tribo”, disse em um deles.
O suposto esquema fraudulento afirmava ser a maior “empresa de marketing multinível do mundo” com um “core business diretamente ligado a investimentos em criptomoedas (Bitcoin)”.
Para dar um caráter de legalidade, pirâmides costumam “se vender” como negócios marketing multinível, que são legítimos. Pirâmides, por outro lado, são considerados crimes contra a economia popular, conforme a Lei 1.521/51.
A 18k vendia supostos pacotes de investimento de US$ 30 a US$ 12 mil e prometia pagar um lucro mirabolante de 2% ao dia, fruto de arbitragem de criptomoedas. A suposta pirâmide também dava comissão de 7% em cima de valores colocados por pessoas indicadas por outros membros.
Como costuma ocorrer com esquemas de pirâmide, somente os primeiros clientes conseguiram ganhar algum dinheiro. De acordo com processos que correm na Justiça, o número de vítimas pode chegar a 1000.
Além de Ronaldinho, foram convocados também Roberto de Assis Moreira, irmão e empresário do ex-jogador; Marcelo Lara, sócio da 18k Ronaldinho; e Bruno Rodrigues, gestor de operações internacionais do negócio.
Informações: Infomoney