O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina criou um protocolo padrão voltado exclusivamente ao atendimento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa teve início na terça-feira (2), Dia Mundial de Conscientização do Diagnóstico, e é a primeira do país neste modelo, conforme a instituição.
O objetivo é que os socorristas estejam preparados para lidar com possíveis intercorrências no atendimento de crianças e adultos atípicos. O protocolo foi encaminhado para a rede interna para que os 2,6 mil bombeiros militares tenham acesso.
De acordo com o tenente-coronel Henrique Piovezan da Silveira, presidente da Coordenadoria de Atendimento Pré-Hospitalar do CBMSC, o protocolo deve ser sensível, adaptado e inclusivo.
“Isso promove a eficácia do protocolo e assegura que cada pessoa com TEA tenha o direito de ser tratada com dignidade e respeito, independentemente de suas características particulares”, disse.
A criação da diretriz contou com a colaboração do Laboratório de Pesquisa em Autismo e Neurodesenvolvimento da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e durou um ano para ser finalizada.
TEA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas diagnosticadas com o TEA no mundo, sendo 2 milhões só no Brasil. O transtorno, que é caracterizado pela dificuldade em comunicação e interação social, tem crescido na última década, conforme a neuropsicóloga Gisele Tridapallil.
Segundo a especialista, que atua no tema há 17 anos, além das crianças com o diagnóstico, os adultos têm procurado com mais frequência o consultório dela em busca de resposta e diagnóstico. “Agora, é um assunto que está muito midiatizado, se fala muito, o que é diferente de 10 anos atrás”, explicou.
É no consultório da profissional que pacientes realizam avaliações para descartar ou confirmar o transtorno. Segundo ela, a maior parte dos que recebem a confirmação do TEA se sentem aliviados.