O Governo Federal agendou uma nova reunião da Mesa Específica e Temporária da Educação nesta quarta-feira (15). A expectativa é de que a proposta apresentada acabe com a greve de servidores e professores nas universidades federais.
A retomada das negociações ocorre após as declarações do presidente Lula, que demonstrou preocupação com a greve nacional em entrevista ao programa Bom Dia Presidente, da EBC, no dia 7. “Vamos fazer um acordo. Não me encanta ver parte da educação em greve. Tenho que inaugurar muitas escolas técnicas, visitar universidades, e quero que os professores e funcionários estejam tranquilos”, garantiu Lula.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também sinalizou a intenção de chegar a um acordo durante uma entrevista ao Bom Dia Pernambuco na quinta-feira (8). “Estive discutindo uma nova proposta para ser apresentada na próxima semana e a gente espera que possa chegar num consenso com transparência, com diálogo, reconhecendo o valor dos servidores da educação federal nesse país”, afirmou.
O governo deve apresentar na quarta-feira uma resposta à contraproposta elaborada pela organização sindical Proifes-Educação. A categoria rejeitou a proposta de reajuste zero em 2024, apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
A contraproposta do Proifes inclui pontos sobre reajuste salarial, reestruturação das carreiras, reajuste dos benefícios e pautas não salariais. A categoria reivindica uma recomposição de 22% nos salários, enquanto o governo reitera que não há espaço no orçamento. Os sindicatos exigem o cumprimento do piso salarial e sugerem reajuste de 3,5% em 1º de setembro de 2024; 9,5% em 1º de janeiro de 2025 e 4% em 1º de janeiro de 2026.
Um avanço na negociação da greve foi o reajuste dos benefícios dos servidores federais, assinado em 25 de abril. O auxílio-alimentação passou de R$ 658 para R$ 1 mil, auxílio-saúde de R$ 144 para R$ 215 e o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.
Greve em Santa Catarina
Os professores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) aprovaram a adesão à greve nacional em 3 de maio, com 50,96% dos votos favoráveis. A paralisação começou em 7 de maio em todos os campi. A votação eletrônica da Apufsc-Sindical, filiada ao Proifes-Educação, contou com a participação de 1.250 docentes.
A orientação do sindicato é que cada um comunique aos alunos se vai aderir à greve ou se as aulas estão mantidas. Além dos professores, os servidores técnico-administrativos estão em greve desde 11 de março, representados pelo Sintufsc. Os setores afetados pelo movimento podem ser consultados no site da universidade.
Foto: Reprodução/Sintufsc
Fonte: ND+