A proposta de suspender o calendário acadêmico do primeiro semestre na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por conta da greve, foi rejeitada pelo Conselho Universitário (CUn). A sessão foi realizada na tarde de sexta-feira (7) e contou com a presença de estudantes, servidores e professores.
Os servidores Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs) entraram em greve no dia 11 de março, movimento que continua e impacta diferentes setores da instituição. No dia 14 de maio, em ato chamado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luís Travassos, os alunos decidiram entrar em greve.
Os docentes iniciaram a paralisação no dia 7 de maio, sendo que o fim da greve foi aprovado pela Apufsc-Sindical no dia 24 de maio.
Em 27 de maio, a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) assinou em Brasília um acordo com o governo federal que aceita a proposta de reestruturação da carreira docente, e prevê reajuste salarial em 2025 e 2026.
O comando local de greve dos docentes, contudo, afirma que a greve não foi encerrada, e que em todas as assembleias, a última delas na tarde de terça-feira (4), houve deliberação para rejeitar a proposta do governo federal e prosseguir em greve.
Suspensão do calendário acadêmico
A proposta apresentada pelo reitor Irineu Manoel de Souza previa que o calendário acadêmico do primeiro semestre fosse suspenso. Foram votados três pareceres ao longo de duas reuniões: o parecer original do conselheiro Edgar Bisset Alvarez, favorável à suspensão; o parecer da representação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), apresentado pela estudante Emily Santim, contra a suspensão; e o parecer de um grupo de diretores de centros de Ensino, apresentado pela conselheira Carolina Bahia, que também era contra a suspensão.
O parecer mais votado foi o do grupo dos diretores de Centro, com 37 votos favoráveis e 28 contrários. Já o parecer do professor Edgar Alvarez, pela suspensão do calendário, teve 26 votos favoráveis de conselheiros e 38 contra. O parecer do DCE teve 36 votos a favor, e 28 votos contrários.
Na sessão, a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, afirmou que a Câmara de Graduação decidiu de forma unânime que o segundo semestre na UFSC deve iniciar de forma simultânea em todos os cursos. Ou seja, as aulas irão recomeçar somente após todas as aulas, avaliações e atividades impactadas, de todos os cursos, sejam repostas.
No Campus de Blumenau, não houve decisão pela suspensão ou não do calendário. A deliberação foi por “solicitação de esclarecimento por parte do Conselho Universitário e das pró-reitorias competentes aos questionamentos registrados pelo Conselho de Unidade do CTE, seguido, se for necessário, de pedido de vista por parte do Diretor do CTE”.
Um pedido de vistas foi apresentado, mas não foi aceito pelo reitor, decisão que foi confirmada pela maioria dos conselheiros.
O parecer dos representantes do DCE trouxe o resultado da Assembleia Geral Extraordinária, realizada na quinta-feira (6). Ao todo, 692 estudantes foram contrários a suspensão, e 625 votaram pela suspensão. (NSC)