Em junho, o Brasil completou dois anos sem casos de sarampo — o último foi confirmado em 5 de junho de 2022, no Amapá. Com isso, está próximo de retomar a certificação de “país livre de sarampo“, título que já havia sido recebido em 2016, mas que foi perdido após a reintrodução do vírus em território nacional.
Outra doença que também já foi eliminada no Brasil é a poliomielite. Juntam-se a lista a rubéola, síndrome da rubéola congênita e o tétano neonatal.
Eliminar uma doença é uma grande conquista para um país. No entanto, para mantê-la longe, é preciso proteger a população, já que o vírus continua circulando no mundo. Como? Vacinando.
“Quando você consegue eliminar uma doença, você tem um número grande de vacinados, o que impede o vírus de circular, mesmo que alguém de fora entre no país com o vírus. Não há quem transmita porque está todo mundo vacinado. E aí está a importância de ter altas coberturas vacinais”, explica o pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
No entanto, o inverso também ocorre. Quando menos vacinados tivermos no país, maior a quantidade de pessoas suscetíveis. O resultado? Doenças que já foram eliminadas correm o risco de voltar.
Por exemplo, se alguém com sarampo de outro país encontra alguém suscetível no Brasil, alguém que não esteja protegido, o vírus pode voltar a circular e podemos ter casos autóctones (com transmissão em território nacional).
Isabella Ballalai, pediatra e diretora da SBIm, lembra do surto de sarampo que ocorreu no país em 2018 para explicar a importância da vacinação, mesmo com a eliminação das doenças. (g1)