Segundo o governo, o pacote de ações envolve a aplicação de R$ 230 milhões na descompactação da tabela de todos os profissionais da rede estadual de educação de Santa Catarina
Em reunião no início da tarde de terça-feira (2), o governo do Estado decidiu apresentar aos representantes do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) um pacote de ações que envolve a aplicação de R$ 230 milhões na descompactação da tabela de todos os profissionais da rede estadual de educação de Santa Catarina.
No encontro que contou com as presenças do secretário da Administração, Vânio Boing, e Patrícia Luerdes, secretária adjunta de Estado da Educação, eles apresentaram que o governo aplicará 100% dos recursos do Fundeb para pagar os salários dos professores.
Com isso, assumirá o ônus das despesas que até então eram pagas com os recursos do fundo, como o transporte escolar.
Desde a criação da lei do Piso Nacional, em 2008, ocorre um achatamento, fazendo com que o início da carreira dos professores receba praticamente a mesma coisa do que o profissional que está há 10 ou 15 anos trabalhando em sala de aula.
Governo desmobiliza movimento grevista
Hoje, na Educação, as promoções do magistério ocorrem por mérito ou por tempo de serviço. Com essa medida, o governo do Estado valoriza aqueles profissionais que buscam se especializar, fazer mestrado ou até concluir um doutorado.
Os R$ 230 milhões em recursos serão distribuídos de forma proporcional em todos os níveis da carreira. A valorização será feita de forma escalonada para uma transição pro novo modelo já com 50% do valor em 2024.
Segundo o governo, é a primeira vez em mais de 15 anos que o governo estadual apresenta um caminho para descompactar a tabela, uma demanda antiga dos profissionais.
Com essa medida, o governador Jorginho Mello acaba atendendo uma das principais reivindicações da categoria e desmobiliza qualquer reação de uma nova paralisação dos profissionais da educação.
Sinte diz que valores são insuficientes
A proposta divulgada foi considerada insatisfatória Sinte. De acordo com Evandro Accadrolli, coordenador Estadual do sindicato, os valores oferecidos pelo governo não cobrem nem mesmo a inflação acumulada no período, além de serem divididos em duas parcelas, a serem pagas em 2024 e 2025.
O governo se comprometeu a apresentar esses valores na tabela salarial do magistério nesta quarta-feira (3). No entanto, o Sinte disse que continua firme em sua posição de que a proposta atual não atende às necessidades da categoria e não valoriza adequadamente os trabalhadores da educação no estado.
Além disso, o Sinte continuará insistindo com o governo para melhorar a proposta, exigindo que ambas as parcelas sejam pagas ainda este ano. (ND+)