O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (4) no inquérito que investiga se ele e ex-assessores teriam se apropriado indevidamente de joias milionárias dadas como presente, ainda durante o seu mandato. As informações são do g1.
Entre as irregularidades apontadas estão associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos, todas negadas pelo ex-presidente.
O advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, afirmou que ainda não teve acesso ao ofício enviado pela PF, e por isso preferiu não se manifestar até então.
Além de Bolsonaro, outras 11 pessoas foram indiciadas. São elas:
Bento Albuquerque;
José Roberto Bueno Júnior;
Julio Cesar Vieira Gomes;
Marcelo da Silva Vieira;
Marcos André dos Santos Soeiro;
Mauro Cesar Barbosa Cid;
Fabio Wajngarten;
Frederick Wassef;
Marcelo Costa Câmara;
Mauro Cesar Lourena Cid;
Osmar Crivelatti.
O relatório final do inquérito foi enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. Agora, o caso segue à Procuradoria-Geral da República, que irá analisar os resultados e as provas, e decidir se há evidências suficientes para denunciar Bolsonaro.
Outras alternativas são o pedido de arquivamento do caso ou então o pedido de mais investigações à polícia.
Caso a denúncia seja feita, a PGR pode ainda mudar a lista de crimes atribuídos ao indiciado, acrescentando ou retirando itens. Caso haja denúncia, o STF irá decidir se torna os acusados réus, se arquiva o caso ou se envia à primeira instância.
Relembre o caso das joias
Ainda durante o exercício do mandato, Bolsonaro ganhou joias milionárias e presentes. Investigações da Polícia Federal indicam que os itens foram negociados com os Estados Unidos a partir de 2022. Entre os itens estavam um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.
No mês de abril deste ano, equipes da Polícia Federal foram até os Estados Unidos, durante o aprofundamento das investigações, em uma parceria com o FBI. Uma nova joia teria sido descoberta, material que seria “importante para as investigações sobre o grupo de Bolsonaro”, segundo a PF. Se especulava, na época, se o item teria sido negociado pelo grupo ligado ao ex-presidente nos Estados Unidos.
Informações encontradas no celular do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, atrasaram a conclusão do inquérito. De acordo com a PF, ele teria atuado na “operação de resgate” dos kits de joias, que tinham sido negociados no exterior e precisaram ser recuperados para a entrega às autoridades.
Junto com Wassef, teria agido o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid, hoje delator do caso. Ambos teriam buscado joias que já haviam sido vendidas para trazer de volta ao país, por conta de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
fonte: Polícia Federal
foto: Agência Brasil