O deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) protocolou na Assembleia Legislativa o projeto de lei nº 358/2023, que inclui o ensino de robótica e programação na grade curricular das escolas de Santa Catarina.
O texto estipula que as matérias serão ministradas no horário regular de aula, com as atividades sendo abordadas de maneira transversal, com viés multidisciplinar. Além disso, também traz a previsão de que, nos próximos concursos públicos da educação, estejam previstas vagas para contratação de profissionais da área de tecnologia.
O projeto de lei foi inspirado em um programa da Prefeitura de Jaraguá do Sul, município que foi administrado pelo deputado e empresário Antídio Lunelli até março de 2022.
“Aprender a programar não é só importante para o futuro dos jovens. É necessário para o futuro de Santa Catarina e do Brasil. Tornar o ambiente escolar mais atrativo e mais interessante às crianças e adolescentes também é fundamental”, diz o autor do projeto.
Fato é que o déficit de profissionais de tecnologia é um grande gargalo hoje no Brasil. Pesquisa feita pelo Google, em parceria com a Associação Brasileira de Startups, calcula que, até 2025, faltarão 530 mil profissionais na área no país.
O Google lista a defasagem do ensino do pensamento lógico como um dos motivos que levam à escassez de profissionais no setor. De acordo com um estudo feito em 2022 pelo Instituto Locomotiva com a PwC, apenas 15% das escolas brasileiras preveem ao menos uma aula de programação e robótica. Nas escolas públicas, a lacuna é maior (13%) contra 21% nas instituições particulares.
Lunelli diz que a inclusão de programação e robótica na grade curricular não tem o objetivo de formar todos os estudantes em profissionais da área, mas sim de oferecer conhecimentos indispensáveis a todos os jovens. “Dominar tecnologia vai ser um diferencial para o estudante independentemente da área que ele escolher atuar depois, porque uma coisa é aprender a usar a tecnologia rapidamente, outra coisa é criá-la”, diz.
O texto passará pelas Comissões da Assembleia Legislativa e depois será apreciado em plenário. “Essa é mais uma iniciativa que traduz nossa preocupação em garantir um ensino público de qualidade e a formação de profissionais melhor preparados e mais motivados”, defende Lunelli.