“Viajamos por todas as vinte e oito cidades da região. Foram mais de dois mil e quinhentos quilômetros rodados. Mais de cinco mil pessoas assistiram Miguel – o cavalivreiro. E isso dá um orgulho imenso para nós da Cobaia Cênica”. É assim que o ator Thiago Becker resume os números e o sentimento de encerrar o projeto de circulação do espetáculo pelo Alto Vale do Itajaí.
Entre agosto e novembro, a companhia apresentou a obra em 20 escolas e três feiras de livro. A Cobaia Cênica transformou também parques, centros sociais e salões de igreja em palco para Miguel… . Mesmo com mudanças de datas e locais em fundação das cheias na região, o projeto seguiu em frente e levou teatro para abrigos nas cidades de Rio do Sul, Rio do Oeste, Aurora e Agronômica.
Para o ator e autor do texto da obra, Samuel Paes de Luna, a sensação é de missão cumprida e de superação de desafios, como a falta de estrutura para espetáculos artísticos em determinadas cidades. Outro desafio foi sensibilizar alguns gestores municipais sobre a relevância do projeto e assim viabilizar as sessões em escolas e espaços públicos. “Conseguimos nos adaptar porque era este o objetivo, levar arte, cultura e entretenimento para lugares que têm pouco ou nenhum acesso a isso. As crianças principalmente ficaram muito eufóricas porque muitas delas nunca tiveram essa experiência”, afirma.
Formar público de teatro foi inclusive um resultado a mais do projeto. “Vimos como as pessoas ficaram felizes, agradecidas e pedindo para que a gente volte. Impactamos muitas pessoas com a temática do livro, da leitura e da literatura. Terminamos a circulação com o coração cheio de satisfação, de afeto e já com saudade”, destaca Samuel.
Miguel é contado e cantado de maneira lúdica, o que sensibiliza e instiga os espectadores para a busca pelo conhecimento. O espetáculo é uma aventura que se passa em um país sem nome, vazio de casas, escolas, igrejas, bibliotecas e livros. Ali o idioma tem um vocabulário reduzido a termos de trabalho, um enorme dragão ignorante escraviza as pessoas e as obriga a satisfazerem suas mais absurdas vontades. Até que um dia o curioso e destemido menino Miguel resolve enfrentar o monstro com um “artefato” muito poderoso: o conhecimento.
A obra é encenada pela dupla de atores, com letras e músicas compostas por eles mesmos. O espetáculo tem classificação livre e é indicado para o público acima de seis anos. Samuel e Thiago já apresentaram Miguel – o cavalivreiro em 30 cidades pelo Brasil. O texto também já foi publicado em formato de livro. O projeto de circulação foi realizado através do PIC (Programa de Incentivo à Cultura), promovido pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, com incentivo do Grupo Rohden.
Foto/crédito: Vladimir Fronza/Divulgação