Relembre a trajetória do Flávio Diego Capistrano e as dificuldades após receber o diagnóstico da doença
Uma história de amor, fé e resistência mobiliza uma comunidade inteira. Flávio Diego Capistrano o “Custela”, como é carinhosamente conhecido por todos, em Rio do Sul, sempre foi aquele tipo de pessoa que não passa despercebido, alegre, generoso, cheio de energia. Segundo a esposa Janaína Alves, Flávio é um pai presente, marido amoroso, profissional dedicado. “Ele é um cara que tem muitos amigos, sempre disposto a ajudar todo mundo, tem uma energia muito boa, um pai extremamente presente, é um marido excelente, companheiro, um amigo fiel, um profissional extremamente dedicado, batalhador, um cara incrível”, disse.
Mas tudo mudou no dia 7 de novembro de 2024. Flávio acordou com fortes dores de cabeça e vômitos intensos. A princípio, a família pensou que fosse apenas um mal-estar passageiro. “Ele não quis me acordar, mesmo passando mal. Quando levantei, vi ele se encostando nas paredes, desorientado. Corremos com ele para a UPA”, relembra a esposa. Dias depois, veio o diagnóstico: meningite bacteriana, uma forma agressiva, potencialmente fatal.
O que se seguiu foram meses de agonia. Flávio ficou quatro meses na UTI do Hospital Regional em Rio do Sul enfrentando múltiplas complicações: hidrocefalia, abcesso cerebral, ventriculite, falhas neurológicas e até uma segunda meningite provocada por bactérias introduzidas através de um dreno.
Alta hospitalar
Após alta hospitalar, vieram os novos desafios: os custos da reabilitação, as recusas das clínicas por causa da traqueostomia, e a ausência de apoio do Estado. Uma luz surgiu com a Clínica Ithaka, em Timbó, onde uma neurologista abraçou o caso com humanidade e ciência.
“Após a alta hospitalar, iniciou um tratamento domiciliar com fisioterapia intensa. A família chegou a tentar a internação em Hospitais particulares de referência, mas a traqueostomia inviabilizou a admissão. Buscamos incansavelmente outras clínicas, porém nenhuma delas admite paciente com traqueostomia”, completou.
A reabilitação é complexa e cara. A família encontrou na Clínica Ithaka, em Timbó, uma chance real de avanço, onde a neurologista responsável está conduzindo exames, tratamentos e traçando um plano mensal de recuperação. “A médica nos explicou tudo. Abriu um modelo de cérebro e nos mostrou cada lesão. Finalmente sentimos que alguém está olhando para o Flávio como um ser humano, não só como um paciente”, destacou.
O tratamento exige internação prolongada, fisioterapia seis vezes por semana, fonoaudiologia, exames frequentes e uma série de medicações e suplementos, um custo que pode ultrapassar R$ 35 mil por mês. “A gente nunca vai deixá-lo sozinho. Sempre terá alguém da família com ele em Timbó”, afirma.

Hoje, Flávio está acamado, se alimenta por sonda, respira com auxílio de traqueostomia e perdeu completamente a memória recente. “Ele lembra de quem somos, do CPF, do endereço, mas não sabe que está internado, nem que ficou doente”, explicou.
Em março, um evento solidário ajudou a custear parte do tratamento domiciliar, incluindo exames, medicações, suplementos, produtos de higiene pessoal e outras despesas da família têm sido a salvação. Esse valor também contribuiu para as custas da ação judicial que solicita o direito ao Home Care pelo Estado, processo que ainda segue em andamento na Justiça. “A gente conseguiu arrecadar cerca de R$ 70.000, junto com algumas campanhas e com o canal de Pix do Flávio para contribuição espontânea. Para quem não conseguiu colaborar com as campanhas, pudesse doar algum valor. Desse valor, ainda se tem uma reserva. Mas essa reserva é mínima, porque já se passaram três meses de despesas. Flávio está desde novembro sem trabalhar”, completou a esposa.
A batalha também é contra a burocracia. O casal, que vivia da renda autônoma do Flávio como agrimensor, não contava com ajuda estatal. Só recentemente a esposa conseguiu a curatela para ter acesso a parcelas do INSS. “Como ainda não se tinha a curatela do Flávio, que foi liberada no mês passado, não conseguimos acessar o dinheiro do INSS. Alguns valores até caíram, mas não dava para sacar porque não tinha como levá-lo até o banco, já que ele está em um estado neurológico delicado e não está responsivo. Também não foi possível fazer uma procuração, então foi preciso entrar com um pedido de curatela. Depois que saiu, conseguimos sacar três parcelas do INSS. Ainda restam outras três, que voltaram para o INSS, mas a advogada já solicitou a liberação. Agora vamos entrar com uma nova ação para tentar receber mais alguns meses de auxílio.” explicou Janaína.
Como ajudar
Se você puder ajudar, de qualquer forma, saiba que cada gesto conta. “Não importa o valor, R$ 5,00 podem parecer pouco, mas para a gente significa esperança. O Flávio merece voltar”, finalizou.
A família agradece todas as orações, que têm sustentado a fé e força até aqui. Você pode ajudar. Qualquer valor faz a diferença.
PIX da vaquinha: [email protected]
Porque quando um coração luta para viver, toda ajuda é um ato de amor.
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Reportagem: Valmor Domingos/ Rádio Mirador