As chuvas e deslizamentos mais recentes registrados em Santa Catarina deixaram um rastro de prejuízo financeiro para os cofres públicos federais. Somente no último um ano e meio, são pelo menos R$ 450 milhões de recursos previstos para dar conta das ocorrências de eventos climáticos extremos nas rodovias federais. O valor abrange, principalmente, três períodos de chuvas volumosas muito acima da média: novembro e dezembro de 2022, fevereiro e março de 2023 e outubro e novembro de 2023.
Segundo levantamento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o valor representam a soma de nove contratos assinados para obras emergenciais nas BRs 470, 280 e 282 neste período, quando as três rodovias foram castigadas pelas chuvas e chegaram a ficar totalmente interditadas várias vezes. O último episódio foi o fechamento da BR-470, em Rio do Sul, que durou 27 dias devido a dois deslizamentos de terra.
Dos nove contratos, quatro são referentes à BR-470, três à BR-280 e dois à BR-282. Um décimo contrato emergencial deve ser assinado em breve contemplando a BR-153. Na maioria dos casos houve registro de deslizamentos, alagamentos e destruição da pista causados, principalmente, por volumes históricos de chuva. Para recuperar as estradas, são necessários complexos projetos de contenção de encostas, restauração de pista e drenagens e alto volume de investimentos.
A situação atinge também a esperada obra da BR-285, na Serra da Rocinha, em Timbé do Sul, afetada por deslizamentos e chuvas, e que agora está totalmente fechada para execução de contenções complementares nas encostas. O DNIT diz que tem conseguido tocar em paralelo as obras de ampliação, como as duplicações das BRs 470 e 280, que registraram investimento recorde em 2023. No entanto, há um alerta: boa parte do orçamento de manutenção e conservação vem sendo consumido com emergências, o que tem ampliado a necessidade de recursos extras para a infraestrutura de Santa Catarina.