Como a inflação está crescendo no país, o Copom prevê na próxima reunião uma nova alta na Selic
O Banco Central elevou nesta quarta-feira (30) em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia, aumentando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão foi unânime, ou seja, os 9 diretores votaram nesse sentido. Com a decisão, se mantém a série de altas da taxa de juros na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) chefiada pelo novo presidente do BC, Gabriel Galípolo – que foi indicado por Lula para a função.
Como a inflação está crescendo no país, o Copom prevê na próxima reunião uma nova alta na Selic. A projeção é de novos aumentos nos próximos meses, com taxa superando 15% ao ano em meados de 2025, maior nível em quase 20 anos. A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre, especialmente nos preços. A reunião desta quarta do Copom também foi a primeira em que os diretores indicados pelo presidente Lula foram maioria no colegiado, ou seja, eles foram responsáveis diretamente pela decisão tomada.
A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic. A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,5% (com estouro da meta), 4,22%, 3,90% e em 3,73%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC. Nos últimos meses, efeitos climáticos, como secas, que impactaram, por alguns meses, os preços dos alimentos e, também, da energia elétrica — levando ao acionamento das bandeiras tarifárias para reduzir o consumo.
Outro fator que influenciou a inflação foi o dólar alto, relacionado com o cenário externo (atuação de Donald Trump no governo) e dúvidas do mercado financeiro sobre as contas públicas, ou seja, sobre a capacidade de o governo brasileiro de conter a alta do endividamento.
Além disso, o forte ritmo da atividade econômica, que tem surpreendido analistas nos últimos anos e levado o desemprego às mínimas históricas, também tem atuado para pressionar para cima a inflação — principalmente no setor de serviços.
Fonte: G1/Economia