Os catarinenses que fizeram a declaração do Imposto de Renda ganham, em média, R$ 9.741 mensais. É o que aponta um estudo feito pelo Ministério da Fazenda divulgado em 29 de dezembro com dados do IRPF de 2021 e 2022. O valor, no entanto, ainda é abaixo do índice nacional.
Conforme o levantamento, a renda média anual dos declarantes de Santa Catarina em 2022 foi de R$ 116.900. Apesar disso, o Estado é apenas o oitavo com o maior valor médio no país. Neste quesito, o Distrito Federal se destaca com a renda mais alta, alcançando R$ 172.500,00 — cerca de R$ 14.375 por mês.
Já o Maranhão teve a menor renda média, sendo R$ 85.900,00 por ano e R$ 7.158,00 mensais. Em todo o Brasil, o valor médio anual das declarações é de R$ 122.508, o que equivale a cerca de R$ 10.209 mensais.
Por outro lado, Santa Catarina é o Estado que concentra o maior número de declarantes entre a População Economicamente Ativa (PEA). Segundo o estudo, 47,2% das pessoas que fazem parte deste grupo entregaram o Imposto de Renda. Em seguida está São Paulo, com 47,1%, e o Rio Grande do Sul, com 41,5%.
Já os estados com o menor número de declarantes em relação à PEA são Belém e Maranhão, com 19,2% cada, e Bahia, com 21,4%.
Conforme o estudo, a tendência é de os estados com menores índices de declaração de Imposto de Renda em relação à PEA ser também aqueles em que o rendimento médio dos declarantes é menor.
“Ao compararmos essas informações com os indicadores de renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Trimestral (PNADC-T), percebemos que, embora apontem para a mesma direção, com os mesmos estados nos extremos inferiores e superiores de renda, a discrepância de rendimentos médios regional é um pouco menor quando medida por meio das informações da DIRPF”, salienta.
Desigualdade na distribuição da renda
O levantamento detalha, ainda, a desigualdade na distribuição da renda e da riqueza da população brasileira. Isto porque 10% dos declarantes do Imposto de Renda concentravam 51% da renda total do país em 2022. Já pouco mais da metade das pessoas que declararam o imposto têm menor renda e concentram 14% do total de ganhos.
Ao analisar a riqueza, que soma bens e direitos declarados no IRPF, a concentração é ainda maior. Ao menos 58% da riqueza nacional está com os mais ricos, que correspondem a 10% dos declarantes.
Outro ponto apresentado na pesquisa é de que a maior isenção do Imposto de Renda está sobre lucros e dividendos, que é a remuneração dos acionistas de empresas. O total é de 35%. Em segundo lugar estão as pequenas e microempresas optantes do simples.
Ainda de acordo com o estudo, quanto maior a renda, maiores são as despesas dedutíveis apresentadas, como médicas, dependentes e previdência. Só as despesas médicas concentram 38% do total, enquanto a Previdência Social é de 32%. Só os mais ricos concentram 41% do valor de todas as despesas médicas dedutíveis.
Por fim, a pesquisa mostra que também há desigualdade na distribuição da renda entre os gêneros. Isto porque mesmo mesmo as mulheres sendo 51% da população ativa no país, 43% delas declararam o imposto. Em relação ao total das pessoas que declararam renda, 37% são mulheres e quase 63% são homens.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte: Luana Amorim / Diário Catarinense / NSC Total