O desmatamento da Mata Atlântica teve uma redução de 86% em 2023 em Santa Catarina, se comparado a 2022, de acordo com a 18ª edição do Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao longo do ano passado, 149 hectares do bioma foram abaixo no Estado, o equivalente a 208 campos de futebol.
A área desflorestada no ano passado foi a menor já registrada desde 2011, quando o Atlas da Mata Atlântica começou a contabilizar dados anualmente. O relatório considera áreas superiores a três hectares em florestas maduras contínuas, que constituem 12,4% do bioma.
Atualmente, Santa Catarina tem 22,8% do território coberto por Mata Atlântica, segundo o relatório. Segundo a Epagri, o Estado originalmente tinha 85% da área coberta por florestas do bioma.
A área desflorestada no ano passado foi a menor já registrada desde 2011, quando o Atlas da Mata Atlântica começou a contabilizar dados anualmente. O relatório considera áreas superiores a três hectares em florestas maduras contínuas, que constituem 12,4% do bioma.
Atualmente, Santa Catarina tem 22,8% do território coberto por Mata Atlântica, segundo o relatório. Segundo a Epagri, o Estado originalmente tinha 85% da área coberta por florestas do bioma.
Quando se considera áreas a partir de 0,3 hectare, os dados também apontam para queda no desmatamento no Estado. Segundo o SAD Mata Atlântica, parceria entre a SOS Mata Atlântica e o MapBiomas, 734 hectares foram derrubados em Santa Catarina em 2023, quase um terço da área desmatada em 2022, de 2.320 hectares.
Municípios que mais desmatam
O Estado, porém, tem dois municípios entre os 20 que mais tiveram desflorestamentos em restingas — vegetações típicas da zona costeira brasileira. Tijucas, na Grande Florianópolis, ficou em 14º lugar, com 9 hectares desmatados. Já Araquari, no Litoral Norte, desmatou 8 hectares e ficou em 16º lugar.
Segundo a SOS Mata Atlântica, a redução do desmatamento em florestas contínuas é resultado de políticas de conservação e monitoramento intensivo. A presidente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, Sheila Meirelles, afirma que houve uma intensificação das fiscalizações e um investimento estratégico em tecnologias de alto padrão.
Ela cita o Sistema Integrado de Monitoramento e Alertas de Desmatamento (Simad), que usa imagens de satélite para comparar locais em diferentes períodos, mostrando o histórico da vegetação. Se há supressão de vegetação, por exemplo, o sistema verifica se aquela supressão possui autorização de corte ou se foi clandestina.
— O Simad, um dos programas mais inovadores do país, tem contribuído através dos seus alertas para que o serviço de fiscalização possa combater de forma efetiva os crimes de desmatamento ilegal no Estado — enfatiza Sheila.
Dados nacionais
Os números no Estado seguem uma tendência nacional. O desflorestamento da Mata Atlântica em todo o país teve uma redução de 27% nas florestas maduras contínuas. Além de Santa Catarina, outros 11 estados tiveram queda: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo. Apenas quatro estados tiveram aumento: Piauí, Mato Grosso do Sul, Ceará e Pernambuco.
Dados nacionais do SAD Mata Atlântica, porém, apontam para outro lado. Considerando áreas menores de 0,3 hectare, o desflorestamento total salta de 74.556 para 81.356 hectares entre 2022 e 2023. Segundo Luis Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da SOS Mata Atlântica, a diferença entre os números se dá sobretudo pelo aumento das derrubadas observadas pelo SAD em encraves no Cerrado e na Caatinga.
— Os dados mostram que o desmatamento caiu na região contínua da Mata Atlântica, que vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, onde a gente tem florestas maduras, mas aumentou em encraves e transições com outros biomas, onde a gente tem transições com o Cerrado e com a Caatinga. Isso tem a ver com a aplicação da Lei da Mata Atlântica, que protege toda a vegetação nativa desse bioma, mas ela tem sido contestada, atacada e não aplicada de maneira rigorosa nessas regiões de transição e de encraves — destaca.