A tragédia climática enfrentada por mais de 400 municípios do Rio Grande do Sul vem levantando discussões, também, sobre o impacto econômico que isso poderá ter na agricultura. O estado é o grande produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da produção nacional, e teve aproximadamente 20% de perda da cultura. Isso, no entanto, não resultou na falta do produto – mas sim no aumento da procura.
De acordo com o empresário Walmir Rampinelli, presidente do Sindicato da Indústria do Arroz de Santa Catarina (SindArroz) e proprietário da Cerealista Rampinelli, ainda não há registros de falta do produto no mercado. A busca pelo arroz, no entanto, estaria aumentando consideravelmente no país.
“Não tem problema de falta de arroz, mas a procura foi muito grande e isso fez com que o valor subisse muito. O custo da saca subiu muito”, disse o empresário. “O brasileiro, sobretudo dos estados não atingidos, estão comprando muito arroz e estocando em casa. Com isso aumenta a demanda e diminui a oferta”, completou.
Atualmente, o saco de 5 quilos de arroz está custando, em média, R$ 29. O Governo Federal, no entanto, anunciou que pretende importar o material para assegurar que o preço final do produto não passe de R$ 20 enquanto o Rio Grande do Sul passa pela tragédia. Walmir, no entanto, acredita em outra solução.
“Eu acredito numa regularização. O Governo tem em mãos uma chave, não precisava comprar arroz como ele anunciou que vai fazer, até porque não tem experiência na importação de arroz. Se tirasse a taxa de importação, com certeza o arroz normalizaria e o preço ficaria estável. Não faltaria produto”, disse.