O extensionista rural da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) em Atalanta, Lauro Krunvald, representou a Epagri no Prêmio Extensionista do Ano, oferecido anualmente pela Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer). A entrega do prêmio aconteceu na segunda-feira (4), em Brasília.
Lauro foi indicado pela diretoria da Epagri. A premiação faz referência aos 75 anos do Dia do Extensionista Rural, comemorado nesta quarta-feira (6), e é entregue a um extensionista de cada Estado. Ele diz que o sentimento pela indicação é de gratidão, e divide o prêmio com colegas mais experientes: “muito do que sei, aprendi com os colegas que já passaram pela empresa”.
Lauro é engenheiro-agrônomo graduado pela Udesc, com especialização em gestão de recursos hídricos em áreas urbanas pela UFSC. Ingressou na Epagri em 2010, no escritório de Chapadão do Lageado, onde permaneceu por apenas duas semanas, até ser transferido para Petrolândia. Quatro anos depois, chegou ao escritório municipal de Atalanta. “Para mim, é uma grande satisfação ser Epagri, poder trabalhar no serviço público e ajudar as famílias agricultoras”, reflete.
O extensionista lembra que Atalanta, tem 66% de sua renda proveniente do meio rural, o que aumenta ainda mais a importância da presença da Epagri. Ele atende a uma média de 490 propriedades rurais e concentra sua atuação na produção de cebola, conservação do solo e organização das famílias agricultoras.
Conservação do solo
A conservação do solo tem merecido especial atenção do extensionista. Técnicas como plantio direto, uso de plantas de cobertura e outras práticas conservacionistas, são sistematicamente difundidas pela Epagri no município, mas Lauro pretende reforçar esse trabalho.
Para tanto, já organiza o 8º Encontro Catarinense de Plantio Direto, que acontece em Atalanta nos dias 4, 5 e 6 de junho. Outra estratégia empregada por ele são as visitas de grupos de agricultores às Unidades de Referência Técnica (URT) no tema, existentes no município. URTs são propriedades rurais selecionadas pela Epagri para implantação de tecnologias e que depois servirão de modelo para outras famílias agricultoras.
Cebola, fumo e soja são as cadeias produtivas com mais expressão econômica no município. Lauro lembra que a soja vem crescendo nos últimos dez anos em Atalanta, tendo se tornado a segunda cadeia produtiva de mais valor nos últimos três anos.
Organização e sucessão
É na organização dos produtores rurais que reside uma das maiores preocupações do extensionista. Ele conta que, apesar da insistência, ainda encontra resistência dos produtores locais em se reunirem em associações ou cooperativas.
A sucessão familiar no campo também preocupa o extensionista de Atalanta. Segundo ele, diante da falta de jovens para assumir as propriedades rurais, muitas estão sendo arrendadas por seus donos quando envelhecem, o que pode resultar em diminuição de renda para estas famílias.
Mesmo antes de ingressar na Epagri, Lauro já colaborava com o trabalho da Epagri. Enquanto atuava como extensionista rural da prefeitura local, tornou-se um facilitador da Empresa no projeto Microbacias I, que tinha como um dos objetivos reduzir a pobreza rural catarinense por meio de ações integradas para o desenvolvimento econômico, ambiental e social do território.
Foto/crédito: Arquivo pessoal de Lauro/Divulgação