Com a escalada de tensões entre Israel e o grupo extremista Hezbollah, quase 3 mil brasileiros que moram no Líbano demonstraram disposição em voltar ao Brasil. Dessa forma, foi mobilizada a Operação “Raízes do Cedro”, que irá resgatar cidadãos no país a partir desta quarta-feira (2).
De acordo com o Itamaraty, o número de brasileiros interessados em retornar ao Brasil foi informado no no final da manhã desta terça (1º). Em um primeiro balanço mais cedo eram mil pessoas que estavam na lista.
A operação do governo brasileiro dará prioridade para idosos, mulheres, crianças e pessoas com necessidade de assistência médica.
Os representantes do Itamaraty recomendam, num primeiro momento, que quem possui capacidade financeira para embarcar em um voo comercial o faça. Já quem não puder sair por conta própria, deve entrar na lista de repatriados.
A decisão foi tomada pelo presidente Lula e pelo chanceler Mauro Vieira, que estão no México para a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum.
O primeiro avião que irá resgatar os brasileiros no Líbano sairá da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), nesta quarta-feira (2).
Operação “Raízes do Cedro”
A aeronave que irá buscar os brasileiros no Líbano é uma KC-30, que tem previsão inicial de repatriar 220 pessoas no território. O avião, que sairá do Rio de Janeiro, tem como destino o aeroporto de Beirute, no Líbano, com escalas em Lisboa, em Portugal.
Além dos tripulantes operacionais, a aeronave levará militares da área de saúde, como médicos, enfermeiros e psicólogos, para prestar o apoio necessário na missão.
O retorno do avião ao Brasil depende de coordenações e protocolos adicionais, e por isso ainda não tem data prevista.
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Uma fonte do Itamaraty explica que estão sendo montadas listas com as pessoas que devem sair do país com a operação de repatriação. Porém, os números podem oscilar já que algumas famílias desistem, outras conseguem sair por outros meio e outras ainda podem decidir sair com a escalada do conflito.
Na última grande crise militar entre Israel e Hezbollah, em 2006, cerca de 3 mil brasileiros deixaram o Líbano.
Conflito se intensificou nas últimas semanas
Israel tem bombardeado o Líbano em uma ofensiva contra o grupo extremista Hezbollah. Além de líderes do grupo, os ataques têm atingido civis, entre eles dois cidadãos brasileiros que morreram nas explosões.
Nesta terça-feira (1º), o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos em direção a Israel, segundo as Forças Armadas israelenses e o próprio Irã. Ainda que atue de forma mais intensa no Líbano, o Hezbollah é financiado pelo regime iraniano.
A possibilidade de repatriação é discutida pelo Itamaraty desde a segunda-feira passada (23). O governo avaliava qual rota seria usada para o resgate.
O aeroporto de Beirute continua aberto, e o governo também estuda a possibilidade de usar bases aéreas operadas pela Rússia dentro do território da Síria. Duas delas estão mais próximas da fronteira com o Líbano, uma em Hmeymim e outra em Shayrat, no Norte e Noroeste do país.