O Governo Federal anunciou na tarde desta sexta-feira (3) o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), popularmente batizado como “Enem dos Concursos”, em todo o país. O anúncio foi feito pelos ministros Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).
O motivo do adiamento do concurso foram as fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas horas, e que mataram pelo menos 39 pessoas e deixaram mais 77 desaparecidos, inviabilizando a realização das provas no estado.
“A conclusão que a gente teve hoje é que seria impossível realizar a prova no Rio Grande de Sul”, disse Esther.
A decisão sobre adiar o “Enem dos Concursos” dividiu o grupo de ministros que estão diretamente envolvidos na discussão. A nova data ainda não foi definida pelo Governo Federal.
“Enem dos Concursos” seria realizado pela primeira vez
Diferentemente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no CNU não há um banco de provas disponível, pois será realizado pela primeira vez. Dessa forma, correria o risco de se realizar provas posteriores no Rio Grande do Sul com maior grau de dificuldade, diferente da original – o que aumentaria o risco de judicialização que já é alto.
Governo Federal alega prejuízo de R$50 milhões com adiamento
O ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que a decisão sobre um possível adiamento das provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) no estado do Rio Grande do Sul deve sair nas próximas horas.
O prejuízo estimado com o adiamento do “Enem dos Concursos” – devido ao custo da prova – seria de R$50 milhões.
“São mais de 2,5 milhões de inscritos em todo o país. A princípio, a ideia de suspender o concurso só para o Rio Grande do Sul, do ponto de vista jurídico, seria muito questionável”, alertou Pimenta.
Governo não tem nova data para o “Enem dos Concursos”, diz Dweck
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que não há nova data para a prova do CNU (Concurso Nacional Unificado) em todo o Brasil. As provas foram adiadas devido à calamidade pública causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, onde ao menos 31 pessoas já morreram.
“Não temos uma nova data. Eu quero deixar bem claro que, a gente, nas próximas semanas, poderá divulgar uma nova data, mas nesse momento toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite, hoje, dar uma nova data com segurança”, declarou.
A nova data deve sair nas próximas semanas: “A gente imagina que, em algumas semanas, ou até menos, a gente consiga já, para todos os candidatos, divulgar a nova data, assim que a gente conseguir resolver todas as questões logísticas envolvidas na realização dessa prova, como vocês já imaginam, já acompanham, é uma questão logística muito complexa, e que envolve praticamente o Brasil inteiro.”
Segundo a ministra, o adiamento garante prova “nas mesmas condições” a todos os inscritos. Dweck afirmou que logística da prova –que tem mais de 2 milhões de inscritos e seria aplicada em 228 municípios– impede o anúncio imediato de nova data. O objetivo do governo é utilizar as mesmas provas que já seriam aplicadas.
“Mais uma vez, queria reforçar que essa decisão é para atender a todos os candidatos, claro que motivada por uma calamidade, claro que muito solidarizada com a situação que está acontecendo no Rio Grande do Sul, à todas as vítimas e todas as pessoas que estão impactadas por isso, mas é uma decisão que preserva todos os candidatos e vai garantir segurança jurídica a todo o concurso”, disse.
Os documentos já estavam em processo de distribuição para as cidades em que seria aplicada a prova e agora devem voltar a locais seguros centralizados para garantir o sigilo das provas. Ao todo, 65% das provas já estavam nos locais de prova.
“Nossa ideia é que, com o adiamento, a gente vai garantir uma garantia de que todo mundo vai realizar a prova nas mesmas condições…que todo mundo tivesse as mesmas condições com respaldo jurídico importante”, declarou a ministra.