O secretário de Administração de Santa Catarina, Vânio Boing, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (23) que a descompactação da tabela salarial, principal reivindicação do magistério, causaria um acréscimo de R$ 4,5 bilhões na folha de pagamento do Estado. Os professores da rede estadual declararam greve na manhã desta terça.
“Isso é insuportável pela lei de responsabilidade fiscal, visto que já estamos no limite”, afirmou o secretário.
A descompactação é uma das principais pautas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado (SINTE/SC). Segundo o sindicato, cerca de 30% do magistério do Estado aderiu à greve, que iniciou nesta terça.
Já o Estado não fala em números, primeiro porque a maior parte dos servidores atua no ensino médio, cujas aulas são à noite, e também porque, segundo o secretário, “esperamos que isso se encerre amanhã [quarta-feira (24)]”.
Na coletiva, o secretário apresentou os números da folha de pagamento. Os servidores da Educação representam 51% do quadro, e, conforme o secretário, de 2018 a 2023 a folha subiu 65%. Ao todo, o Estado paga aos servidores de todas as pastas cerca de R$ 19 bilhões, cerca de metade da arrecadação total.
Ainda conforme Boing, “Santa Catarina paga bem”. O Estado tem os maiores pagamentos entre os três estados do Sul. A proposta agora é formar um grupo de estudos para analisar uma revisão da política de remuneração do Estado.
Outra pauta da greve é a realização de um novo concurso público. Boing afirma que até o final do ano o governo do Estado deve realizar um concurso para 10 mil vagas. O edital deve ser publicado até junho. Estes novos servidores já entram no novo sistema de previdência do Estado.
“Estado vem atendendo todas as demandas. Não existe motivo para essa greve”, diz o secretário.
O que pede o sindicato
Segundo o Sinte/SC, sindicato que representa a categoria, as pautas defendidas pela classe e que movem a greve são o reajuste do Piso Nacional na tabela salarial, com descompactação da tabela; anúncio e efetivação do concurso público para o magistério; aplicação da hora atividade para todos os trabalhadores da educação e revogação total do desconto de 14% aplicado na folha de pagamento dos aposentados.
“Queremos propostas concretas para a categoria. É fundamental que o Governo de Santa Catarina negocie com os trabalhadores e trabalhadoras da educação, não podemos mais esperar”, afirmou o presidente do Sinte/SC, Evandro Accadrolli, em nota divulgada pelo sindicato na segunda-feira (22).
Foto: Juan Todescatt, NSC TV
Fonte: NSC