Os professores da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) aprovaram, nesta sexta-feira (3), a adesão à greve nacional docente. A decisão foi tomada após a realização de uma votação eletrônica que contou com a participação de 1.250 docentes filiados ao Apufsc-Sindical (Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina).
No total, 637 professores (50,96%) votaram a favor da paralisação – que terá início no dia 7 de maio -, enquanto 596 (47,68%) foram contrários. 17 docentes votaram em branco.
Em nota, a Diretoria da Apufsc afirmou que “respeita e é porta-voz dos professores e professoras da UFSC, que decidiram, com uma pequena margem de diferença, iniciar greve a partir do dia 7 de maio”.
De acordo com o comunicado, a greve tem como reivindicação principal o reajuste salarial em 2024 e melhorias na carreira docente, mas reitera que o movimento “não se restringe a isso”.
“Nossa categoria luta, também, pela recomposição do orçamento das universidades, que prestam um serviço fundamental para toda a sociedade. Acima de tudo, nossa batalha é em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, por isso a necessidade de valorização dos professores e professoras, que diariamente se dedicam à pesquisa, ensino e extensão, e não raras vezes tiram recursos do próprio bolso para que estudantes tenham as melhores condições de ensino.”
Segunda votação
Essa foi a segunda votação realizada pelo sindicato para decidir a adesão à greve. No dia 3 de abril, 1.118 professores votaram, sendo 582 (52%) contra a paralisação e 512 (45,8%) a favor. Com a maioria dos votos, foi deliberado que a categoria não entraria em greve.
Segundo o sindicato, a greve voltou à pauta depois que um requerimento, assinado por 5% das pessoas filiadas, foi apresentado à diretoria. Assim, foi convocada uma nova assembleia específica para tratar sobre a greve, dando início à nova votação.
Greve nacional
A decisão da categoria segue em conformidade com a greve nacional, que já conta com a participação de 46 instituições, além de outras cinco que estão com a paralisação prevista para os próximos dias (incluindo a UFSC).
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, dentre as reivindicações gerais dos docentes em todo o país estão: pedido de recomposição salarial, reestruturação da carreira, mais orçamento para a educação federal, ‘revogaço’ e a defesa da aposentadoria.
Os servidores federais da educação estão em greve há mais de um mês, e as paralisações seguem em todo o país. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) chegou a anunciar uma proposta de 9% para a reestruturação de carreira dos técnico-administrativos (TAE) que passaria a valer a partir de janeiro de 2025. Entretanto, o Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) classificou a proposta como “irrisória e decepcionante”.