O governo federal apresentou na terça-feira (21) uma nova proposta para acabar com a greve dos servidores técnico-administrativos nas universidades federais. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, porém, manteve o reajuste zero para 2024.
Os TAEs (técnicos-administrativos em educação) têm até dia 28 para assinar o acordo. Apesar de negar o reajuste salarial deste ano, o governo manteve a oferta de 9% em 2025 e aumentou a correção de 3,5% para 5% em 2026.
Em greve desde março, os servidores alegam uma defasagem de ao menos 34% nos salários. O sindicato nacional Fasubra contabiliza a adesão de 66 universidades, dois institutos federais e um Centro Federal de Educação Tecnológica.
Segundo o jornal Metrópoles, José Lopez Feijóo, o secretário de Relações do Trabalho, teria declarado durante a mesa de negociação que essa é a proposta final: “Não tem mais papo”.
O Ministério da Gestão defende que, se considerado o reajuste de 9% concedido em 2023, a oferta representa aumento médio de 28% até 2026, sendo 37,6% no estágio inicial da carreira.
O governo já acordou um reajuste de 52% no auxílio-alimentação, que passou de R$ 658,00 em 2023 para R$ 1.000,00 em 2024. Os TAEs também garantiram a correção do valor médio do auxílio-saúde em 49% e do auxílio-creche em 51%.
Greve dos servidores na UFSC
Os servidores técnicos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) estão em greve desde 11 de março, quando começou o ano letivo da graduação.
Além do reajuste salarial, a categoria reivindica a reestruturação da carreira e recomposição orçamentária das universidades.
A paralisação dos TAEs afetou serviços da Biblioteca Universitária e do Hospital Universitário. O site da universidade mantém atualizada a lista de atividades impactadas pelo movimento.
“A nossa principal reivindicação é o #ForaSpyros, a retirada imediata do superintendente do Hospital Universitário, HU-UFSC, e eleições diretas na unidade, por conta dos ataques judiciais contra a greve e os trabalhadores”, publicou o sindicato Sintufsc.
Além da saída de Spyros Dimatos, a lista de pautas locais entregue ao reitor Irineu Manoel de Souza inclui a revisão dos laudos de insalubridade do HU e a reestruturação do Restaurante Universitário.
Os professores da UFSC também estão em greve desde 7 de maio. O governo federal apresentou no dia 15 a última proposta para a categoria, com reajuste de 13,6% até 2026 para aqueles com salários mais altos e de 31% para os mais baixos.
Após assembleia da Apufsc-Sindical na terça-feira, os docentes da universidade iniciaram uma votação eletrônica para decidir o fim ou a continuidade da greve. O resultado deve sair às 16h desta sexta-feira (24).