Em Ibirama, já foram identificados 30 focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika, representando um aumento de 600% em relação ao mesmo período do ano passado, quando apenas cinco focos eram monitorados. O calor intenso e o excesso de chuvas nas últimas semanas têm contribuído para a proliferação das larvas do mosquito.
O Brasil enfrenta mais de 512 mil casos confirmados de dengue, resultando em 75 óbitos. O Distrito Federal lidera o número de casos, com mais de 46 mil confirmados, enquanto Santa Catarina ocupa o sétimo lugar, com pouco mais de oito mil casos prováveis. No Vale Norte, Presidente Getúlio registrou dois casos em 2023.
De acordo com levantamento da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), Ibirama contabiliza 30 focos do mosquito (29 de janeiro e 1º de fevereiro), colocando o município em destaque entre os 28 municípios do Alto Vale. Rio do Sul é o segundo município da região, com 20 focos, seguido por Trombudo Central com 18, Pouso Redondo com nove, Presidente Getúlio com sete, Braço do Trombudo e Taió com dois cada, e Rio do Oeste e José Boiteux com um cada.
Esses números alertam para a necessidade de a população se engajar na prevenção, evitando criadouros do mosquito. Cada morador deve cuidar de seus espaços, evitando o acúmulo de lixo e água parada, que podem servir como criadouros, e assim interromper a circulação do Aedes aegypti e prevenir doenças.
Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, Rafael Reinicke, diversos fatores contribuem para a situação. O mosquito fêmea precisa de água parada para depositar os ovos, que podem permanecer viáveis por até um ano e meio mesmo sem água. Uma vez que o recipiente entre em contato com água da chuva, os ovos eclodem em apenas 10 minutos.
Até novembro do ano anterior, foram registrados mais de 70 focos do mosquito em Ibirama, comparados a 38 no ano anterior. Além do Centro, novos focos foram identificados no Ribeirão Areado. A cidade atualmente conta com 98 armadilhas instaladas em 31 pontos estratégicos, monitorados continuamente para detectar e destruir focos do mosquito.
Reinicke destaca o trabalho dos agentes de combate às endemias e o apoio dos agentes de saúde da família. Eles monitoram os focos, registrando imagens que evidenciam o acúmulo de lixo e entulhos que se transformam em criadouros após as chuvas.
Eliminar os criadouros permanece como a melhor estratégia de prevenção, mas é crucial o envolvimento da comunidade para reduzir os números. Existem canais para reportar qualquer denúncia, e as autoridades agem prontamente após receberem relatos, realizando vistorias e comunicando os proprietários sobre os problemas identificados.
Todo esse trabalho é supervisionado pela DIVE do Alto Vale do Itajaí. A Secretaria de Estado da Saúde prevê um pico de transmissão de dengue em Santa Catarina para os meses de fevereiro, março e abril, destacando a importância do trabalho contínuo de prevenção, mesmo sem casos confirmados em Ibirama até o momento.
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