17 mil idosos sofrem por depressão em Santa Catarina. Os dados foram apresentados pela Associação Catarinense de Medicina (ACM) na tarde de quarta-feira (13) em sua sede em Florianópolis.
Com dados do Ministério da Saúde e pesquisa com entrevistados, a Associação fez um estudo com catarinenses com diversas perguntas. Ao todo, foram 2506 entrevistados.
Segundo o Estado, o número de pessoas com mais de 60 anos com depressão apresenta o maior índice do grupo, 19%. No total, 930 mil pessoas sofrem da doença no Estado.
Idosos sofrem por depressão
De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento da depressão em idosos é um fenômeno complexo, resultante de diversas interações de fatores. Entre esses fatores, destaca-se o isolamento social, comum em idosos devido à perda de amigos, familiares, aposentadoria ou mobilidade reduzida. As condições de saúde crônicas também desempenham um papel importante, já que gerenciar doenças como diabetes e problemas cardíacos pode impactar negativamente o bem-estar emocional.
As perdas significativas, como a morte de entes queridos ou a diminuição das habilidades físicas, são gatilhos emocionais importantes para a depressão em idosos. Fatores biológicos, como mudanças nos níveis de neurotransmissores e hormônios associados ao envelhecimento, também contribuem para a vulnerabilidade à depressão.
Mudanças na dinâmica familiar, como filhos adultos se mudando ou eventos de vida significativos, podem impactar a estabilidade emocional dos idosos. Portanto, o aumento da depressão em idosos é um fenômeno multifacetado que requer uma abordagem abrangente para compreender e abordar eficazmente esses desafios.
Jovens fumam mais
Segundo a apresentação, os jovens fumam cada vez mais em Santa Catarina. De acordo com o índice, 20% da população catarinense fuma. Ou seja, 1.8 milhão de pessoas fumam no Estado. Dessas, mais de 24% são jovens entre 18 e 24 anos.
“Temos que nos atentar aos jovens que têm fumado cada vez mais, principalmente cigarros eletrônicos. Onde estamos errando em comunicá-los sobre quais são os danos?”, questiona o presidente da ACM, Ademar José de Oliveira Paes Junior.
Sobre o fenômeno de jovens fumantes, o Ministério da Saúde explica que a iniciação do tabagismo na adolescência está associada a diversas razões, tais como imitação do comportamento do grupo, amigo próximo tabagista, pais tabagistas. Contribui para esse quadro a frequente situação de fácil acesso, apontada como um fator de iniciação e indução ao consumo.
Hipertensão
Outro tema que foi destacado na apresentação da ACM foi a quantidade de pessoas com pressão arterial alta em Santa Catarina. Mais de 2 milhões de catarinenses sofrem de pressão alta. Sendo este o número de 28% dos catarinenses.
Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial ou pressão alta, é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins.
Pressão no sistema de sistema
O secretário adjunto de saúde de Santa Catarina, Diogo Demarchi Silva, estava no evento e elencou que hoje o Estado pretende usar os dados apresentados pela ACM para elaboração de mais políticas públicas.
“Queremos que os catarinenses sejam conhecidos pelo seu estilo de vida, e acreditamos que olhando para os dados, dando um passo atrás, podemos pensar em nossos hábitos”, elenca.
A expressão “pressão no sistema público de saúde” se refere à sobrecarga, desafios e dificuldades enfrentados pelo sistema de saúde público de um determinado país ou região. Essa pressão pode resultar de vários fatores, incluindo aumento na demanda por serviços de saúde, falta de recursos financeiros, infraestrutura inadequada, escassez de profissionais de saúde e outros desafios sistêmicos.
Dados relevantes sobre Santa Catarina
Outros dados que chamaram a atenção em Santa Catarina é de que 22% dos catarinenses bebem refrigerante e sucos artificiais todos os 7 dias da semana, por exemplo. Dentre eles, 37% têm entre 18 e 24 anos.
Já a prática de atividade física continua com altos índices em Santa Catarina. Segundo a pesquisa, 74% dos catarinenses fazem atividades físicas pelo menos 3 vezes por semana. Dentre eles 77% têm entre 18 a 24 anos.
O consumo de alimentos saudáveis, por outro lado, apresenta preocupação para os pesquisadores. Só para se ter uma ideia, o consumo de alimentos saudáveis aumentou cerca de 6% em relação a 2022.
Diagnóstico médico de pressão alta
28% dos catarinenses
58% acima dos 60 anos (maior percentual)
89% tomam medicação
Diagnóstico de Diabetes
10% dos catarinenses
26% acima dos 60 anos (maior percentual)
90% tomam medicação
Diagnóstico de colesterol alto (incidência de alteração)
18% dos catarinenses
38% acima dos 60 anos (maior percentual)
71% tomam medicação
Diagnóstico de depressão
15% dos catarinenses
19% acima dos 60 anos (maior percentual)
15% de 35 a 44 anos (2º maior percentual)
66% tomam medicação regular
Consultas médicas de rotina
60% consultam com médico pelo menos 1 vez ao ano
40% só procuram o médico quando ocorre alguma emergência
Sistema de saúde
28% usuários de panos de saúde
72% usuários do SUS
Higiene bucal
71% fazem escovação pelo menos 3 vezes ao dia
95% fazem escovação antes de dormir
47% fazem uso do fio dental pelo menos 1 vez ao dia
39% só vão ao dentista quando sente dor
Saúde ocular
58% têm dificuldade para leitura sem óculos
86% acima dos 60 anos (maior percentual)
42% só vão ao médico especialista quando estão com problema
Exposição a telas (celular, computador e TV)
97% usam regularmente
53% quatro ou mais horas por dia
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