A interrupção da BR-470 em um trecho de Rio do Sul, onde uma nova cratera se abriu na última sexta-feira (16), impacta de forma direta cerca de 23 mil veículos que passam pela rodovia. A estimativa é do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Rio do Sul (Codensul), que cruzou dados de pesquisas de tráfego da prefeitura e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Este mesmo levantamento calcula que, destes 23 mil veículos, 26% são pesados. São em torno de 6 mil caminhões que circulam diariamente no trecho. Com a estrada intransitável, boa parte deles precisa desviar o caminho por dentro da cidade.
— Este circuito utilizado como desvio, dentro de Rio do Sul, também já está estrangulado e é utilizado por mais de 35 mil veículos por dia, de acordo com pesquisas de tráfego do município — diz Cleber Stassun, consultor do Codensul.
A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc) estima que veículos com mais de 40 toneladas terão que percorrer 130 quilômetros a mais até o Porto de Itajaí a partir de rotas alternativas – BRs 282 e 280 –, o que resulta em uma viagem três horas mais longas.
Os impactos financeiros do desmoronamento da estrada ainda são incalculáveis. Mas estudos recentes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) indicam que o escoamento da produção ficará mais caro durante os 20 dias em que a BR-470 ficar fechada neste trecho, segundo previsões do DNIT. De acordo com a pesquisa, a cada um real faturado pela indústria, sete centavos representam custos com transporte.
Aliás
Os dados compilados pelo Condesul são diferentes dos que vêm sendo divulgados pelo DNIT. Segundo o órgão, o trecho da BR-470 em Rio do Sul recebe cerca de 14 mil veículos por dia, sendo que, destes, mais de 3 mil são pesados.
Foto/crédito: Prefeitura de Rio do Sul/Divulgação