O ex-secretário de Defesa Civil de Santa Catarina, Rodrigo Moratelli, foi convidado para a reunião da vice-presidência da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina para a região do Alto Vale do Itajaí (Fiesc Alto Vale), em Rio do Sul.
Moratelli fez um relato histórico das enchentes na região, explicando quando e porque surgiram os projetos de mitigação de cheias. Ele trouxe informações atualizadas sobre as ações que estavam previstas, as que estão em execução e o que ainda falta realizar. “O objetivo é mobilizar a sociedade civil para não perdermos o foco do que precisa ser feito: as barragens de Mirim Doce, Petrolândia, Agrolândia, Braço do Trombudo, Pouso Redondo e Botuverá para conter as águas; os melhoramentos fluviais no rio Itajaí-açu e seus tributários (aumento da largura, suavização de curvas, canais de drenagem, retirada de maciços, dragagem em determinados pontos, estabilização das margens, diques, polders, canais e túnel extravasor, entre outras ações) para acelerar a vazão do rio”, explicou.
De acordo com Moratelli, esse conjunto de obras irá somar ao que já foi feito: sobre-elevação das barragens de Ituporanga e Taió e seus canais extravasores para agilizar o esvaziamento; instalação dos quatro radares meteorológicos; primeira fase da ampliação da rede hidrometeorológica de Santa Catarina; mapeamentos geológicos e hidrológicos de todos os municípios catarinenses; sistemas de modelagem hidrológica; sistemas para emissão de alertas direto ao cidadão via SMS, WhatsApp e Telegram; protocolos e planos de atuação conjunta, com 100% dos municípios catarinenses com defesa civil operacional. Tudo isso está centralizado e coordenado pelo Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres, implantado em 2018 e que atua integrado aos 20 Centros Regionais e os três Centros de Logística.
“Precisamos continuar evoluindo, por isso a importância das entidades se unirem para não passarmos por uma amnésia do céu azul. Os projetos de mitigação das cheias já existem desde 1957, quando foram projetadas e construídas as três barragens no Vale do Itajaí. Passados os anos de 1983 e 1984, algumas ações foram realizadas no Médio e no Alto Vale como a ampliação da ponte de Lontras. Porém, em novembro de 2008, os desastres tomaram proporções incalculáveis, vitimando 137 pessoas e paralisando o Médio Vale e a Foz, por vários meses. A partir desse momento, o Estado se mobilizou através do Grupo Reação, Grupo Técnico Científico, Comitê de Bacia, reunindo as necessidades no Plano de Redução de Riscos, servindo de base e direcionamento para o Estudo Preparatório, que deu origem ao Master Plan realizado pela JICA, cujas obras e ações foram aprovadas pelo Comitê de Recursos Hídricos, em dezembro de 2011. O que fizemos a partir de 2013, foi dar sequência às obras e projetos indicados neste trabalho, não necessitando de atualização para serem executadas, mas de cumprimento do que foi planejado”, destaca Moratelli.
Na opinião do vice-presidente da Fiesc para o Alto Vale do Itajaí, André Armin Odebrecht, a união da sociedade é fundamental. “Precisamos ter informações de base técnica, por isso a presença do Rodrigo para tirar nossas dúvidas. Temos que estar juntos, sabendo o que realmente é necessário, para pedirmos a mesma coisa e não cada um pedir algo diferente, pois isso confunde, enfraquece e dá margens para a postergação das obras. Nosso objetivo é encontrar o melhor caminho, consolidar ele com todas as entidades e defender a solução proposta de forma técnica”, disse André.
A ideia agora é ampliar este diálogo com entidades de todo Alto Vale para alinhar as reivindicações.
Foto/crédito: Débora Cláudio/Fiesc Alto Vale/Divulgação