Os mandados foram cumpridos na manhã desta quinta-feira (20), em Rio do Sul
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (20), a Operação Iceberg, para desarticular um esquema de tráfico internacional de drogas que utilizava a estrutura de empresas de logística para ocultar cocaína em cargas de alimentos congelados destinadas à exportação por portos de Santa Catarina e do Paraná.
Em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, a Polícia Federal também cumpriu mandados judiciais durante a operação. Ao todo, foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão, com ordens sendo cumpridas em Santa Catarina (Itapoá, Garuva e Rio do Sul), Paraná (Curitiba e Paranaguá) e São Paulo (Sorocaba e Quadra).
A Justiça Federal também determinou o sequestro de veículos, imóveis e o bloqueio de contas bancárias ligadas a 17 pessoas físicas e jurídicas. Entre os investigados estão aliciadores, operadores financeiros e financiadores do esquema criminoso.
As investigações começaram após a apreensão de três carregamentos de cocaína nos países africanos da Líbia, Libéria e Serra Leoa, em dezembro de 2022. As cargas estavam escondidas em meio a contêineres de frango congelado, enviados do Porto de Itapoá (SC), e manipuladas por uma empresa de logística de alimentos sediada em Santa Catarina.

De acordo com a PF, o grupo criminoso contava com a participação de trabalhadores da empresa responsável pelo carregamento dos contêineres, que usavam o acesso a informações privilegiadas sobre o destino das cargas e dados das embarcações para inserir a droga nos carregamentos. O esquema também envolvia a cooptação de funcionários de outras empresas do ramo, permitindo a atuação da quadrilha em outros portos, como o de Paranaguá (PR).
O núcleo financeiro do grupo movimentou cerca de R$ 450 milhões entre 2022 e 2024, usando empresas de fachada para pagar os envolvidos no esquema.
Segundo a Polícia Federal, a atividade criminosa ocorria sem o conhecimento das empresas legítimas de exportação e importação. O esquema causou prejuízos milionários ao setor, incluindo a interrupção de negócios com países africanos. Em um dos casos mais graves, dois representantes de uma empresa importadora da Líbia foram presos sob acusação de tráfico internacional — eles enfrentavam o risco de prisão perpétua, mas foram libertados após a PF comprovar o envolvimento da organização criminosa brasileira.
Fonte: Polícia Federal