O maior ritmo da economia brasileira permitiu à diversificada economia catarinense acelerar ainda mais no segundo trimestre do ano. A estimativa da equipe econômica da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) é de que o Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina cresceu 3,8% no período de 12 meses até junho. Esse desempenho ficou acima da média brasileira, que teve alta de 2,5% nos mesmos meses. Para o ano de 2024, a expectativa é de que SC vai crescer 3,5%.
De acordo com o economista Paulo Zoldan, da Seplan, que coordena a elaboração do Boletim Trimestral de Indicadores Econômico-Fiscais do Estado, em 2023 a estimativa para o PIB de SC também chegou a 3,8% enquanto o do Brasil cresceu 2,9%. No período anualizado até março de 2024, os desempenhos foram muito parecidos; o país cresceu 2,5% e SC 2,6%, o que confirma que a atividade catarinense acelerou no segundo trimestre deste ano.
– Em Santa Catarina, nessa última comparação, observa-se uma aceleração do crescimento dos serviços e da indústria. Já para a agropecuária, a variação estimada para o PIB se manteve em -4,8%. Para a indústria de transformação, o crescimento passou de 1,1% para 4,1%. E para os serviços também cresceu de 4,2% para 4,6%, alta sustentada principalmente pelo crescimento do comércio, que passou de 3,6% para 6,2% – destacou Paulo Zoldan.
A equipe econômica do governo de SC acompanha os principais indicadores econômicos e faz análises trimestrais por meio desses boletins, considerando períodos anualizados, que permitem ver melhor o comportamento da economia. Além das pesquisas do IBGE, são incluídos outros indicadores, entre os quais exportações, importações, emprego e crédito.
O boletim mostra que a produção pecuária segue em alta no Estado. Até junho deste ano, o setor teve crescimento de 3,5% em 12 meses. Os destaques foram os crescimentos nas ofertas de frangos (+3,5%) e de leite (+8%). Mas o índice de preços pecuários recuou 12,8% no primeiro semestre, comparado com 2023.
E a produção agrícola recuou em 2024 frente a 2023 após dois anos de crescimento. O índice de quantum da agricultura de SC com base nos dados divulgados até junho teve uma queda de 10,9%, influenciado principalmente redução na produção de soja, milho, arroz, fumo e cebola devido ao excesso de chuvas.
O estudo também mostra que apesar das condições favoráveis como o pleno emprego e fortes políticas sociais como o Bolsa Família, o desempenho do comércio ficou aquém em alguns segmenotos. Foi devido ao impacto da baixa oferta de crédito. Setores que dependem de crédito como vestuário, calçados, móveis, eletros, materiais de construção e outros tiveram mais dificuldades, embora também com crescimento no segundo trimestre deste ano.
Considerando o segundo semestre, apesar de restar apenas três meses, o economista da Seplan vê incertezas no contexto nacional, que piorou com a elevação inesperada da taxa básica de juros Selic para conter a inflação. Apesar disso, ele avalia que a projeção para o crescimento de SC continua, com estimativa de crescimento de 3,5% para este ano, acima da média nacional.
Fonte e foto: Dieese e IBGE