Os motoristas que circulam por Florianópolis e cidades da região perceberam um aumento no preço da gasolina nas últimas semanas. O valor voltou a romper a barreira dos R$ 6 e passou a pesar mais no bolso.
A percepção dos motoristas não é em vão. Segundo a última pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP), divulgada no fim de semana, o preço médio da gasolina na Capital é de R$ 6,46. A quantia é 8,8% maior do que o valor registrado na semana anterior (R$ 5,94).
O aumento ocorreu também em São José. Segundo a pesquisa da ANP, o preço médio da gasolina comum na cidade na última semana foi de R$ 6,48 — quantia 12,2% maior do que o preço da semana anterior, R$ 5,77.
Na prática, o resultado foi que as duas cidades, que tinham os menores preços entre as 13 cidades pesquisadas no levantamento da ANP até a semana passada, passaram a ter agora as gasolinas mais caras do Estado (veja o gráfico abaixo).
O aumento do combustível nas duas cidades também puxou para cima o valor médio da gasolina em SC. Com isso, a pesquisa mais recente indicou que a gasolina chegou ao maior valor do ano no Estado, com preço médio de R$ 6,26. Antes disso, a marca havia sido alcançada no início de julho, após o último aumento anunciado pela Petrobras, que levou o preço médio do Estado a R$ 6,20 (veja gráfico ao fim da matéria).
Com exceção dos casos de Florianópolis e São José, há apenas os casos de Mafra e Joinville que tiveram alta no preço médio — 2% na pesquisa da última semana. Nas outras nove cidades pesquisadas pela ANP, o preço se manteve estável — em Chapecó, houve até redução de 1% no preço médio.
Reajuste da Petrobras
O último reajuste no preço da gasolina feito pela Petrobras foi anunciado no início de julho. Na ocasião, o combustível subiu 7,12% no preço cobrado das distribuidoras — o aumento estimado era de R$ 0,20.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Vicente Santanna, a explicação para o aumento observado na última semana na Grande Florianópolis está justamente neste reajuste de julho.
Conforme o dirigente, esta última alta ainda não havia sido repassada pelos estabelecimentos de Florianópolis. O motivo seria a concorrência entre os postos, que força uma briga por preços.
Ele cita que não houve outros fatos novos que motivassem a variação nos preços na região da Capital. Nos números da ANP, Florianópolis e São José eram as únicas cidades que tinham valores abaixo da marca de R$ 6 nos levantamentos das últimas três semanas.
Sindicato cita fatores que interferem no preço
Em nota divulgada em setembro, o Sindópolis já informava que “a política de preços é ditada pelo mercado, levando em consideração diversos fatores”, e que é praticado pelas distribuidoras de combustíveis, sendo apenas repassado pelos postos.
O texto também explica que a gasolina vendida nos postos é composta por 27% de etanol anidro, combustível que sofre reajuste semanal conforme a cotação na bolsa de valores. O órgão também cita a presença de impostos no preço final (CIDE e PIS/Cofins, de competência federal, e ICMS, de abrangência estadual) e defende que, por não haver legislação que determine controle do valor dos combustíveis, cabe aos postos revendedores estabelecer os preços.
Foto e fonte: Agência Nacional do Petróleo e NSC