Na próxima terça-feira (23), o estado de Santa Catarina poderá enfrentar uma paralisação total das atividades escolares estaduais, conforme anunciado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC), filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A greve foi decidida após alegações de que o governo estadual não tem dialogado de forma efetiva com a categoria sobre suas reivindicações salariais e de trabalho.
Os educadores catarinenses pleiteiam um aumento no piso salarial para todos os níveis, além da descompactação da tabela salarial. Eles também demandam a revogação completa do desconto de 14% sobre as aposentadorias dos professores e querem a garantia de que a hora-atividade seja estendida a todos os professores dos anos iniciais.
Segundo João Vecchi, coordenador regional do Sinte, a falta de progresso nas negociações com o atual governo tem sido um ponto crítico. “Apesar de nossos esforços contínuos para negociar desde a eleição do governador Jorginho Mello, apenas tivemos uma pequena vitória com o aumento do vale-alimentação para R$ 18 por dia, valor ainda insuficiente para as necessidades diárias dos professores. Sem uma proposta concreta do governo, a greve é inevitável”, explicou Vecchi.
A decisão pela greve foi tomada de forma unânime durante a assembleia geral do Sinte-SC, realizada no último dia 4 de abril, em Florianópolis. Nesta segunda-feira, 15 de abril, membros da executiva do sindicato entregaram um ofício na Secretaria da Educação do Estado, oficializando a intenção de greve e solicitando um posicionamento urgente do governador.
Evandro Accadrolli, outro coordenador do Sinte, destacou a mobilização dos membros do sindicato, que visitaram mais de 400 escolas por todo o estado para fortalecer o movimento. “Este ano é visto como crucial para a carreira docente, e nossa mobilização reflete a urgência de atender às demandas dos educadores, que estão entre os mais mal pagos do país”, comentou Accadrolli.
O que diz a SED
Em resposta, a Secretaria de Estado da Educação (SED) afirmou ter recebido as demandas do Sinte-SC e prometeu que as mesmas serão analisadas em conjunto com as Secretarias de Estado da Administração e da Fazenda.
“Reconhecemos a necessidade de valorizar nossos educadores e já implementamos medidas como a ampliação do vale-alimentação e a eliminação da cobrança de 14% sobre as aposentadorias. Além disso, estamos preparando o maior concurso público da história da SED, com a previsão de contratação de 10 mil servidores efetivos, previsto para ser anunciado ainda no primeiro semestre de 2024” informou a SED em nota.