Os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entraram em greve nesta terça-feira (7). Segundo o sindicato, cada docente precisar avisar os alunos se vai paralisar ou seguir dando aula.
Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que a reestruturação de carreiras na área de educação é um compromisso prioritário do governo; que a proposta apresentada significa um reajuste total de 23% para os servidores; e que segue aberto ao diálogo com os servidores.
A greve foi aprovada pela categoria na semana passada e começou oficialmente nesta terça. Os professores listam 13 pontos de reivindicações. Os principais são relacionados a salários e valorização da carreira.
“A questão salarial é porque o governo apontou com 0% de reajuste esse ano, o que é inadmissível por parte da categoria. É um dos motivos pelos quais estamos discutindo a negociação para todos os servidores públicos federais de que haja um reajuste ainda este ano”, disse o presidente do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc), José Fletes.
Outra reivindicação dos professores é em relação ao investimento na infraestrutura da universidade, que teve seguidas reduções de orçamento entre 2019 e 2022.
“Em anos anteriores dos governos, não houve praticamente repasse para manutenção digna de sala de ensino, laboratório de ensino, laboratório de pesquisa e que, se você percorre o campus, poderá ver que nós temos prédios que praticamente requerem uma recuperação para ter condições dignas de trabalho”, declarou Fletes.A UFSC conta atualmente com 3.015 docentes em todos os campi do estado. Desde 11 de março, os servidores técnico-administrativos da universidade também estão em greve. A paralisação afeta o funcionamento de diversos serviços, como a biblioteca e secretaria de cursos de graduação.
Em nota divulgada na semana passada, a reitoria da UFSC informou que “espera estabelecer um canal de interlocução e diálogo com a categoria dos docentes, a exemplo do que já ocorre com o comando de greve dos servidores técnico-administrativos em educação”. Na próxima semana, novas reuniões de negociação devem ser realizadas no Ministério da Educação, em Brasília. A última vez que professores entraram em greve na UFSC foi há 12 anos.
O que diz o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos:
A reestruturação de carreiras na área de Educação é um compromisso prioritário do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Em 19/4 o governo apresentou uma proposta de um reajuste de 9,0% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. A novidade é que os reajustes inicialmente propostos (de 4,5% em maio de 2025 e maio de 2026) foram transformados em uma única parcela de 9% e antecipados para janeiro de 2025 e foi acrescido mais 3,5% em 2026. Isso significa que, somados ao aumento concedido em 2023, de 9%, assegura-se, no mínimo, um reajuste total de 23% para técnicos administrativos e docentes durante o governo Lula. É uma proposta que repõe não só toda a inflação projetada para o período de 2023 a 2026, estimada em torno de 16%, como também uma parcela importante da inflação dos governos passados, que não negociavam e não aportaram nenhum reajuste para o funcionalismo público.
Além da proposta específica para as carreiras de educação, vale lembrar que no final abril, por meio do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), o Governo Federal e as entidades representativas dos servidores públicos federais, que incluem as carreiras de educação, firmaram acordo para reajuste de 52% no auxílio-alimentação (de R$ 658 para R$ 1 mil), retroativo a partir de maio de 2024, com pagamento em 1º de junho. Em 2023, o governo já havia concedido 9% de aumento salarial linear para todos os servidores públicos federais e aumento de 43,6% no auxílio-alimentação (que era R$458,00 e foi para R$658,00). Também ficou estabelecido no acordo de abril, o aumento na assistência à saúde complementar per capita média (“auxílio-saúde) e ainda, acréscimo na assistência pré-escolar (“auxílio-creche”).
O Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas.
Por Joana Caldas, André Lux, g1 SC e NSC TV