A menina de apenas 12 anos foi violentada e assassinada em 2016; dos três suspeitos presos em 2020, apenas um continua detido
O desaparecimento e a morte brutal de Ana Beatriz Schelter, em março de 2016, continuam a marcar profundamente a vida dos pais. Quase nove após o crime, a família ainda aguarda pelo julgamento dos acusados, enquanto revive diariamente a dor de uma tragédia que abalou a cidade e destruiu a família que clama por justiça.
Ana Beatriz Schelter tinha apenas 12 anos quando desapareceu. No dia 2 de março de 2016, ela saiu de casa, no bairro Canta Galo, em Rio do Sul, para ir até o colégio Henrique Fontes. Mas, naquele dia, ela nunca chegou ao destino.
“Foi numa quarta-feira, começou a fechar o tempo. Saí 17h30 do serviço para encontrar ela após a escola e nada da Ana. Mas como o meu marido estava em casa, eu pensei que ele tinha ido buscar ela. Ele disse que ela não estava com ele, aí eu comecei a me apavorar”, lembrou.
As últimas imagens de Ana Beatriz foram registradas por uma câmera de segurança de um estabelecimento na rua Deputado Walter Roussenq, no bairro Canta Galo.
“Não vamos esperar 48 horas para a polícia tomar uma atitude, vamos procurar a Ana”, explicou.
Corpo de Ana Beatriz encontrado
No dia seguinte, o corpo de Ana Beatriz foi localizado em um baú de caminhão, em um terreno próximo à BR-470, na Barra da Itoupava. A menina tinha uma corda ao redor do pescoço, em uma tentativa de simular um suicídio. No entanto, a investigação da Polícia Civil revelou que Ana Beatriz foi assassinada e sofreu violência sexual.
“Ela não foi só estuprada. Ela foi torturada, massacrada. As piores coisas da vida foram feitas com ela. A minha irmã foi reconhecer o corpo e a mulher do IML, disse: isso é vida real”, lamentou.
Os suspeitos no crime, só foram presos quatro anos após a tragédia, em 2020. Dos três homens envolvidos no crime, apenas um segue no Presídio Regional de Rio do Sul.
“Deus não te dá a cruz maior que tu já tem, porque nós ficamos na frente dos assassinos da nossa filha. Ele estava na nossa frente. Nós não conseguimos salvar ela. Ana Beatriz está enterrada. Isso é justo? Não é justo”, desabafou.
Um dos envolvidos frequentava a casa de Ana Beatriz
Um dos principais acusados, era uma pessoa próxima da família. Ele frequentava a casa de Ana Beatriz, trabalhava em uma empresa ao lado da residência e ia à mesma igreja que os pais dela.
“Se eu soubesse que ele é um bandido, jamais teria colocado ele dentro de casa. A polícia disse que ele não tem piedade, não interessa se é menino, moça, mulher, Ele nem é homem é. É um verme, um esgoto”, ressaltou.
De acordo com a família, o Tribunal de Justiça deu parecer favorável para que o caso vá a júri popular. Enquanto o julgamento não acontece, a comunidade de Rio do Sul mantém viva a memória de Ana Beatriz, cobrando celeridade no caso e lembrando que crimes como este não podem ser esquecidos. Já os pais de Ana Beatriz, clamam por justiça, pois cada dia sem respostas é um dia a mais de luto e indignação.
“Que a justiça olhe para essa foto aqui. Ela tinha só 12 anos, uma vida todinha pela frente. Será que a polícia não tem filhos? Ele está preso, mas não sei até quando. Eu confio na justiça, mas nós temos medo. Ela merece justiça e eu e meu marido vamos fazer de tudo para que ela tenha essa justiça. Podemos estar com 50, 60 anos. Mas nós vamos lutar, para que ele morra na cadeira”, finalizou a mãe de Ana Beatriz.
Ouça a reportagem:
Assista a reportagem: