Nascido em Veneza na Itália em 1896 e combatente na primeira guerra mundial, Gino de Lotto chegou em Rio do Sul na década de 20
Em seus 94 anos de história, Rio do Sul teve diversos personagens históricos que foram fundamentais para o desenvolvimento da cidade. mas você já ouviu falar ou conhece a história do engenheiro italiano Gino Alberto de Lotto?
Nascido em Veneza na Itália em 1896 e combatente na primeira guerra mundial, Gino de Lotto chegou em Rio do Sul na década de 20, quando adquiriu terras entre a Serra Canoas e Mirador. Foi ali que ele começou a projetar a cidade.
“Ele veio para o Brasil com o irmão mais velho e compraram terras aqui. Quem apresentou essas terras para eles foi Ermembergo Pellizzetti, da Serra Mirador, de Rio do Sul até Ibirama, trazendo os italianos para cá”, comentou a filha do engenheiro, Emma de Lotto que reside em Rio do Sul.
Entre suas principais contribuições para a cidade estão todo desenho e projeto do bairro Jardim América, da Catedral São João Batista e da área central de Rio do Sul. Em 1930, quando Rio do Sul se emancipou de Blumenau, foi convidado pelo então prefeito da época, Eugênio Schneider, para ajudar em projetos na cidade.
“O pai foi chamado por ele para fazer um projeto da cidade, como seria a cidade de Rio do Sul e foi ele que fez o primeiro plano, que hoje seria chamado de Plano Diretor e logo em seguida ele projetou o Jardim América”, explicou.
Por ser visionário, influente e respeitado, Gino foi responsável por diversas obras importantes na cidade, como o Hospital Cruzeiro, além de diversas avenidas e ruas. Esteve ainda a frente do projeto e da obra da Estrada de Ferro de Santa Catarina da localidade de subida em Apiúna até a Barra do Trombudo, e da Barra do Trombudo até Trombudo Central.
“A Catedral que ele construiu, os colégios Maria Auxiliadora e Dom Bosco, a primeira sede do Clube Concórdia, que ficava na Aristiliano Ramos, e depois outros prédios, no Calçadão e pontes”, falou.
O maior símbolo de Rio do Sul, a Catedral São João Batista também foi projetada por Gino. Diversos registros históricos mostram o engenheiro envolvido na obra até sua entrega.
“Ele se dedicou muito a Catedral. Primeiro porque ele ex-aluno Salesiano na Itália, então quem fez a obra praticamente foram os salesianos e eles se preocuparam em conseguir o dinheiro para pagar a construção. Todo trabalho dele para a construção da Catedral foi voluntário, e foram muitos anos de trabalho”, comentou.
Falecido em 1959 aos 63 anos de idade, Gino deixou um grande legado de desenvolvimento e amor por Rio do Sul, trabalhando de maneira voluntária diversos projetos que estão marcados até hoje na memória dos rio-sulenses.
“Ele sempre gostou de Rio do Sul. Ele queria que Rio do Sul crescesse, ele achava que a cidade estava no centro do Estado e podia ser a capital do Estado de Santa Catarina que era um local melhor, sempre com a intenção de proteger a capital, caso houvesse uma guerra, e ele se preocupava muito, então ele fazia tudo para que isso aqui crescesse e superasse as outras cidades”, finalizou.