O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi preso na manhã desta quarta-feira (9), em Florianópolis. A detenção ocorreu durante investigação sobre interferência no segundo turno das eleições.
Na época, a corporação teria feito blitz em ônibus com eleitores no dia do segundo turno, em estados do Nordeste.
A Operação Constituição Cidadã, deflagrada pela Polícia Federal, cumpre 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O objetivo é esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral relativo ao segundo turno das Eleições Presidenciais. Segundo as investigações, integrantes da PRF teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro de 2022, quando era realizado o segundo turno das Eleições, disputada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a PF, os crimes teriam sido planejados desde o início de outubro, e o patrulhamento ostensivo foi direcionado à região Nordeste do país, que tradicionalmente dá maior proporção de votos para o PT.
Operações em rodovias nas eleições
As operações em rodovias no dia da votação haviam sido proibidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na véspera do segundo turno. Na mesma data, Silvinei também havia postado em uma rede social mensagem em que pedia voto ao ex-presidente Bolsonaro.
Nos meses após a eleição, ele também teve a atuação contestada por suposta omissão da PRF no combate a bloqueios em rodovias federais promovidos por bolsonaristas radicais, descontentes com o resultado das urnas.
Primeiro depoente da CPI de 8 de janeiro que investiga atos golpistas contra as sedes dos três poderes, Vasques negou que tenha havido qualquer omissão ou irregularidade na atuação da Polícia Rodoviária Federal.
“Nossos policiais estavam lá para garantir a segurança. Nesse dia, não foi registrado nenhum acidente grave com ônibus e vans” disse, sobre o dia do segundo turno. O ex-diretor ainda alegou que seria “impossível” articular uma atuação irregular em todo o país.
Informações NSC