Na última campanha de vacinação contra a poliomielite em Santa Catarina, a taxa de imunizações em crianças de um a quatro anos no Estado foi de 43,43%. O percentual ficou abaixo da meta de 95% instituída pelo Ministério da Saúde. Mesmo considerando as vacinas aplicadas fora do período da campanha, o índice alcança 71%, ainda abaixo do ideal. Os dados são da Diretoria de Vigilância Sanitária (DIVE).
No período da campanha contra a poliomielite no Estado, entre 27 de maio e 14 de junho, foram aplicadas 15.264 VIPs (vacinas injetáveis contra a poliomielite) para a atualização do esquema primário de crianças menores de um ano de idade. Também foram aplicadas 168.633 VOPs (vacinas orais contra a poliomielite), direcionadas a crianças de um a quatro anos.
Em Joinville, município mais populoso do Estado com aproximadamente 615 mil habitantes, a cobertura vacinal contra a poliomielite não ultrapassou os 20% na última campanha. Florianópolis, com quase 540 mil habitantes, alcançou apenas 17% da meta de imunizações, assim como Blumenau, que tem a terceira maior população e não ultrapassou os 24%. O pior resultado em Santa Catarina ficou com Lages, que tem a décima colocação no ranking populacional, com 164 mil habitantes, e registrou 13% de cobertura vacinal.
Os municípios menos populosos apresentaram melhores resultados. Santiago do Sul, na região Oeste, alcançou um percentual de 126% de imunizações na última campanha, ou seja, vacinou mais crianças que o número previsto. Da mesma forma, os municípios de Barra Bonita e Presidente Castello Branco que atingiram 107% em relação à população imunizada. Todos estão entre os 10 menores municípios do Estado, com população abaixo de duas mil pessoas. Os dados são do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Considerando o quadro preocupante, MPSC informou que irá auxiliar as Promotorias de Justiça na apuração de casos de possível ineficiência ou omissão dos municípios. O coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC, promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, destaca:
O coordenador informa, ainda, que as Promotorias de Justiça podem, com as Secretarias Municipais de Saúde, pensar em formas de diálogo, esclarecimento e convencimento dos pais sobre a importância da imunização. Eventualmente, podem buscar o apoio de médicos e profissionais da área da saúde que sejam respeitados no município e tenham vínculo com as famílias.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) esclareceu que a campanha ocorreu entre os dias 27 de maio e 14 de junho, e tinha o objetivo principal de reforçar a proteção de crianças já vacinadas com a aplicação indiscriminada da vacina oral contra a poliomielite (VOP), a vacina de gotinha, em crianças de um a quatro anos.
“A cobertura vacinal obtida na Campanha foi de 43,43%. Desta forma, a SES esclarece que a cobertura de 43% foi referente a Campanha de Vacinação realizada entre os meses de maio e junho e que não tem relação com a cobertura estadual geral do ano de 2024”, afirma.
fonte e foto: Secretaria de Estado da Saúde