Apesar de ter chegado um pouco mais tarde no Brasil, a onda de carros elétricos ou eletrificados se mantém crescente no mercado brasileiro e também em Santa Catarina. O programa de incentivos do governo federal Mover e a mudança na tributação despertaram investimentos das montadoras, enquanto o consumidor segue interessado em novidades tecnológicas.
Santa Catarina é o quarto maior mercado para a venda de veículos eletrificados no país, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). No primeiro trimestre, foram vendidos no Estado 2.334 unidades, 6,47% do total nacional. No mês de março, foram 937 unidades. E segundo o setor de concessionárias, durante todo o ano passado SC registrou 4.841 emplacamentos de elétricos e híbridos enquanto no primeiro trimestre deste ano já chegou a 2.270 unidades. A informação é da jornalista Estela Benetti, colunista da NSC.
Assim, considerando os dados de vendas, o Estado ficou atrás apenas de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro nesse mercado. No primeiro trimestre, o Brasil vendeu 36.090 carros eletrificados, entre totalmente elétricos e híbridos.
Para o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, o brasileiro está, cada vez mais, interessado em veículos elétricos porque são mais modernos e sustentáveis.
As montadoras já presentes no Brasil e outras anunciaram investimentos recordes superiores a R$ 120 bilhões no país até 2032. O último movimento foi da BMW, que anunciou a produção do SUV X5 Híbrido plug-in na fábrica catarinense de Araquari a partir do quarto trimestre deste ano, sendo o primeiro veículo eletrificado da empresa feito no país.
O consumidor gostou do design e da sustentabilidade dos automóveis elétricos ou eletrificados, mas enfrenta dois grandes desafios. Um deles é o preço. Com a volta dos impostos sobre importados, o veículo mais barato é o Dolphin, da BYD, que custa R$ 150 mil. A partir daí, somente unidades mais caras. Esse primeiro eletrificado da BMW vai custar a partir de R$ 740 mil.
Por causa da melhor infraestrutura de eletropostos, o maior número de veículos eletrificados é vendido nas capitais. Florianópolis foi a 15º cidade com mais vendas no primeiro trimestre deste ano, com 394 unidades. O Grupo Dimas, por exemplo, que atua principalmente na região com as marcas GWM e Volvo, emplacou no Estado, no trimestre, 416 unidades somando as duas marcas.
Apesar da tentação da nova tecnologia, o que tem feito muitos consumidores postergarem a aquisição de um automóvel 100% elétrico é a falta de infraestrutura de eletropostos no Brasil. Isso deixa a pessoa insegura se vai ter como abastecer caso fique sem bateria carregada.
Em Santa Catarina, nas principais rotas a oferta é boa. A BR-101 conta com eletropostos de norte a sul e a BR-282, de leste a oeste, até São Miguel do Oeste.
Outra dúvida do consumidor mais preocupado com a preservação ambiental é como será o descarte das baterias usadas. O setor industrial informa que está avançando nos processos de reutilização para reservar energia e, também, em processos de reciclagem.