Em 15 anos de aplicação da Lei Seca o Brasil teve uma média de 8 infrações por hora registradas no sistema nacional de infrações de trânsito. A informação é de um relatório inédito divulgado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) do Ministério dos Transportes.
Além da média, o estudo divulgou também que mais da metade dessas infrações ocorreu aos sábados e domingos, com pico entre 23h e 0h. O perfil predominante dos proprietários de veículos autuados é masculino, tem, em média, 42 anos e reside nas capitais dos Estados brasileiros.
Para chegar neste resultado, o estudo analisou dados cruzados mantidos pela Senatran e órgãos de trânsito de 15 anos, entre 20 de junho de 2008 e 19 de junho de 2023, e catalogou mais de 1 milhão de infrações de condutores que dirigiam sob influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa.
Segundo a Senatran, a coleta permitiu que fosse traçado um perfil dos infratores tendo como base principal a identificação dos proprietários de veículos. “Condutores do sexo masculino (mais de 80% dos casos) com mais de 30 anos (90% das infrações) e que em média tiraram a primeira habilitação há 16 anos da data da infração”, apontou a órgão.
De acordo com o levantamento, o campeão das infrações da Leia Seca foi veículos do tipo automóvel, que responde por mais de 65% das infrações. Mais de 90% dos veículos autuados eram de categoria particular, e cerca de 80% de “veículos leves”, como automóvel, caminhonete, camioneta e utilitários.
Melhorias na lei
Conforme informado pela Senatran, o documento servirá de base para que possam ser planejadas melhorias nos métodos de fiscalização e aprofundamento nos estudos.
“Precisamos incrementar a fiscalização para que ela se torne mais responsiva. As operações estão muito concentradas na sexta, sábado e domingo, que é o período em que as pessoas mais se divertem com relação ao uso de álcool, mas precisamos ser mais específicos, não ficar só nas blitzes, naquele modelo de ostensividade que o condutor espera”, disse o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.