Morreu neste sábado (9) o cervo exótico que foi flagrado em Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, e que acabou mobilizando uma força-tarefa de voluntários na tentativa de salvá-lo. Ferido, o animal foi levado a Balneário Camboriú para ser atendido por especialistas, mas não resistiu.
Tudo começou na manhã de quinta-feira (7), quando o mamífero foi visto em uma área de mata de Ibirama, correndo de cachorros em meio às águas de uma cachoeira. Parte da cena foi gravada pela moradora Maria Gonçalves, de 60 anos, que ficou encantada pela beleza do animal, que tem origem indiana.
Pouco tempo depois, ainda pela manhã, vizinhos conseguiram capturar o cervo e com a ajuda de cordas o mantiveram amarrado até a chegada dos bombeiros voluntários. Àquela altura já era possível ver machucados em duas pernas, uma delas com o osso exposto.
Os socorristas contaram com a ajuda de um veterinário, que fez os primeiros atendimentos de forma voluntária em uma clínica da cidade. De lá, o “paciente” foi levado para o litoral, onde foi recebido por profissionais do zoológico de Balneário Camboriú e do Parque Beto Carrero, informou o Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Os exames mostraram que o Axis axis sofreu o rompimento de vários vasos sanguíneos devido ao osso quebrado. “Em decorrência da gravidade dos ferimentos, a contaminação do foco de fratura, a perda óssea e a dificuldade do animal em manter-se em estação (em pé), o animal veio a óbito no início da manhã”, disseram os profissionais.
Espécie indiana
A espécie vista em Ibirama é a mesma flagrada em uma rua em Jaraguá do Sul no ano passado. Porém, apesar de bonitos, o “visitantes” são considerados invasores e podem gerar impactos negativos na fauna.
A hipótese de especialistas é de que a espécie exótica tenha sido introduzida no Brasil em fazendas de caça, para que caçadores pagassem para matar o animal. O primeiro registro oficial dele no Estado foi feito em 2019 em São José do Cedros, no Oeste catarinense.
O animal é herbívoro. Segundo o Instituto do Meio Ambiente (IMA), ter ou criar o cervo da espécie Axis em Santa Catarina configura crime ambiental.
Foto/crédito: Iaran da Silva/Arquivo pessoal