Santa Catarina registrou 534 mortes por câncer de próstata em 2022, o segundo pior patamar anual na série de registros da Diretoria de Vigilância Epidemiológica catarinense (Dive-SC) sobre a doença.
O pior número na série histórica disponibilizada pela Dive-SC, com início em 1996, foi atingido em 2019, quando a enfermidade causou 542 óbitos em Santa Catarina. Nos anos seguintes, esse patamar diminuiu, até que, de 2021 ao ano passado, subiu 5%. Em 2023, já há ao menos 382 mortes no estado.
O urologista Vicente Codagnone Neto, com atuação em Santa Catarina, avalia que o aumento dos óbitos pode ser uma das heranças da pandemia, devido à pressão da Covid-19 sobre o sistema de saúde ter minimizado a atenção a outras doenças, caso do câncer de próstata.
“Com a pandemia, muitas pessoas deixaram de ir aos seus médicos e de fazer esse acompanhamento. A partir do momento em que a pessoa não faz os exames preventivos, acaba tendo um diagnóstico em uma fase mais tardia, o que aumenta o risco de morte”, pondera o especialista.
Antes de 2019, os registros de mortes pela doença em Santa Catarina, assim como em todo o país, já mantinham tendência de alta. O Ministério da Saúde avalia que, em maior escala, isso se deve ao envelhecimento natural da população, uma vez que o risco do câncer de próstata aumenta entre homens mais velhos, e à melhor sensibilidade dos diagnósticos, que reconhecem agora casos antes ignorados.
Em 2023, a previsão da Secretaria de Estado de Saúde (SES-SC) é de haver 1,7 mil casos em Santa Catarina. O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens, apenas atrás do de pele.
Informações NSC Total