Paulo Roberto Braga, de 68 anos, o “tio Paulo” foi enterrado na manhã de sábado (20) no bairro Campo Grande, no Rio de Janeiro. O homem ficou conhecido após a sobrinha levá-lo numa cadeira de rodas a uma agência bancária para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, na terça-feira (16), e a morte ser constatada no local. Segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, tio Paulo foi descrito por familiares como “solteiro e sem filhos”.
O homem viveu por décadas em uma casa simples na Avenida do Corretor, dentro da comunidade Vila Aliança, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Carioca nascido em 29 de fevereiro de 1956, tio Paulo se destacava por ser um idoso ativo, que gostava de sentar na calçada para observar e apreciar o vaivém do bairro, conforme relatos da vizinhança.
No dia 8 de abril, tio Paulo passou mal em casa e foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Bangu, quando foi diagnosticado com pneumonia. Ele ficou internado por oito dias, até receber alta no dia 15 de abril. Cada vez mais debilitado, o aposentado teve sua morte constatada um dia após sair do hospital.
No exame de necropsia, o corpo de tio Paulo tinha 1,75m de altura e olhos castanhos. Ele foi classificado como franzino e em “estado caquético e com aspecto desnutrido”, segundo o laudo do Instituto Médio Legal (IML).
De acordo com o depoimento de Rafaela de Souza Vieira Nunes Pinto, irmã de Érika de Souza Vieira Nunes, a sobrinha que levou o idoso ao banco, tio Paulo era alcoólatra. Um vizinho do homem disse, em entrevista à CBN, que ele não bebia cerveja, mas gostava de cachaça. O mesmo homem contou à rádio que Paulo consertava gaiolas para complementar a renda.
Relembre o caso
Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, levou o cadáver de Tio Paulo em uma cadeira de rodas para tentar fazer um empréstimo de R$ 17 mil em uma agência bancária de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A mulher foi conduzida para a delegacia depois que funcionários do banco suspeitaram da atitude. A situação do idoso, que estava numa cadeira de rodas, sem esboçar qualquer reação e com a cabeça pendendo para trás e para os lados, causou estranheza nos funcionários, que começaram filmar e acionara o Samu.
Foi constatado que o tio Paulo havia morrido horas antes. Érika foi presa em flagrante por vilipêndio de cadáver e furto mediante fraude. Na tarde da última quinta-feira, a 2ª Vara Criminal da Regional de Bangu converteu em preventiva a prisão da suspeita.