Futuro de Santa Catarina após as enchentes foi discutido na reunião da diretoria da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) e presidentes de associações empresariais realizada na quinta-feira (19), em Florianópolis. O secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Coronel Armando Schroeder, alertou que o estado ainda deve enfrentar problemas climáticos nos próximos meses. As chuvas vêm desde o dia 3 de outubro e o estado está com situação de emergência em 160 municípios. “Com a configuração do fenômeno El Niño de forte intensidade, a expectativa é de que as chuvas ocorram com maior frequência e intensidade em todas as regiões catarinenses no próximo trimestre.” O alerta é para toda a população e na reunião da Facisc foi direcionado aos mais de 39 mil empresários que compõem o Sistema.
O presidente da Federação, Sérgio Rodrigues Alves, destaca que a prioridade é cuidado com a vida e a segurança da população, que todos precisam estar atentas aos alertas e se prepararem para tentar minimizar riscos e prejuízos. “A partir do momento que as cidades são afetadas e os cidadãos correm riscos, nós precisamos nos unir para enfrentarem o pós enchente que vem acompanhado de uma crise na saúde e financeira”. Além disso, o presidente ressaltou a importância da Facisc e das associações estarem trabalhando junto com o poder público para evitar novas ocorrências.
Além disso, o El Niño também impacta nas temperaturas, favorecendo valores acima da média. “Com a recorrência das chuvas e temperaturas elevadas, há maior condição para acontecer temporais e tempestades intensas, resultando em volumes de precipitação acima da média em todos os meses. “Temos que ter uma expectativa que essa situação pode se prolongar e se repetir. Vamos trabalhar com prevenção e previsão. Nós podemos prever o que vai acontecer com o clima mas não controlar. Nosso risco é o rio não voltar aos níveis normais e voltar a chover provocando novas enchentes e deslizamentos”, alertou.
O secretário falou sobre a o papel da Defesa Civil e que a secretaria trabalha com a premissa de salvar vidas. Um dos pontos ressaltados pelo secretário foi sobre a atualização dos mapas de deslizamentos. “O Governo do estado já está trabalhando para fazer a atualização desses mapas mas também cabe aos municípios retirar as pessoas quando tiver alertas para não ocorrer tragédias maiores”.
As barragens foram outros pontos destacados na reunião. Em relação a José Boiteux, foi definido que será concedida autorização para que a Defesa Civil adentre o território indígena, e que as autoridades possam abrir ou fechar as comportas de acordo com as necessidades identificadas, com o objetivo de garantir a segurança da barragem. “Precisamos que o ministério cumpra junto ao povos indígenas para que se cumpra o que foi definido judicialmente”.
As ações iniciadas em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) estão em andamento. “Temos o projeto da bacia do Rio Itajaí de minimilização de efeitos da chuva onde serão construídas novas barragens e melhoramentos fluviais”, completou.
A presidente da Acib de Blumenau disse Cristiane Buerger cobrou que solução pode ter agora para operação das barragens. Ele disse que toda a limitação é devido a legislação. “Essa negociação não é tão simples como muitos podem acreditar”. Não adianta fazer paliativo, temos que recuperar a barragem”.
A presidente de Aci de Brusque, Rita Conti, pediu que seja frequente uma reunião com a Defesa Civil para acompanhar de perto com as duas regionais do Vale e Alto Vale, um grupo de transparência e estudo. Ela fez um apelo pela barragem de Botuverá. “A Barragem está com a Casan há mais de dois anos. A aproximação de Brusque com a Defesa Civil precisa era retomada e é importante para salvar vidas”.
O presidente da Acirs de Rio do Sul, Cleiton Pamplona, são mais de 1,5 mil afetados. “A associação está no meio dos dois rios, enfrentamos junto com a população pois somos diretamente afetados”. Ele destacou que as duas barragens são importantes para a contenção das enchentes e alertou para para vazamento na barragem de Ituporanga. Coronel disse q tem uma licitação para conter o vazamento, limpeza da barragem de Ituporanga e Taió.
O diretor jurídico de Aciat de Taió, André Nardelli Betti, indagou o secretário sobre a forma como ocorre a dinâmica de comunicação da Defesa Civil. “Hoje, após todo essas informações, podemos dizer calma taioenses, mas até então não tínhamos essas informações”.
Cleber Stassun, relações institucionais e governamentais da Acirs de Rio do Sul, alertou sobre o papel dos municípios, além do papel do Estado e do Governo Federal.
Foto/crédito: Airton Fernandes/Ascom SDC/SC