O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira (8) a distribuição da primeira remessa de vacinas contra a dengue. Santa Catarina ficou de fora deste envio, e não há prazo para que o Estado receba os imunizantes, conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC).
Santa Catarina vive um “boom” da doença, e já tem confirmados cinco mortes por dengue em 2024: quatro em Joinville e uma em Araquari. Até agora, são 8.710 casos prováveis da doença, o que representa um aumento de 611% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o Estado tinha 1.225 casos prováveis de dengue.
Segundo uma nota técnica do governo federal, a distribuição das doses foi determinada com base em três critérios principais: ranqueamento das regiões de saúde e municípios, quantitativo necessário de doses para a população-alvo conforme a disponibilidade (prevista pelo fabricante), cálculo do total de doses a serem entregues em uma única remessa ao município.
O lote com 712 mil doses será enviado para 315 municípios dos seguintes Estados: Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão, assim como o Distrito Federal.
O Distrito Federal e o estado de Goiás já receberam as primeiras remessas nesta quinta (8). Os demais irão receber ao longo dos próximos dias.
A imunização começa pelas crianças de 10 a 11 anos e avança a faixa etária progressivamente, assim que novos lotes forem entregues pelo laboratório fabricante. O público-alvo foi acordado entre os conselhos representantes dos secretários de saúde estaduais e municipais, seguindo a recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Conforme a Dive, o motivo de Santa Catarina não ter sido incluída é pela quantidade limitada de imunizantes disponíveis. Em nota, a pasta informou que “aguarda novas informações do Ministério da Saúde acerca do envio de doses ao Estado”.
Casos de dengue aumentam em SC
A curva de casos de dengue vem aumentando desde o começo de 2024. Em 23 de janeiro, o Estado tinha 4.043 casos prováveis da doença, 910% a mais do que o mesmo período de 2023, quando eram 400 casos prováveis. Já no dia 29, eram 5.897 casos prováveis, um aumento de 646,5% em relação ao ano passado, quando eram 790 casos prováveis no mesmo período.
— Os números vão se modificando ao longo das semanas epidemiológicas, considerando que as notificações vão sendo realizadas. Mas de qualquer maneira, o cenário nos mostra que o Estado ainda vai apresentar alta no número de casos. Já são mais de 14 mil notificações suspeitas de dengue, então, há ainda um número alto de casos suspeitos que devem se confirmar ao longo das próximas semanas — alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor de Vigilância Epidemiológica do Estado.
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